Vicente do Rego Monteiro
Quelques Visages de Paris
impressão gráfica1925
24,5 x 21 cm
assinado
Trata-se de Livro de artista, impresso por Juan Dura, "Quelques Visages de Paris" original publicado em Paris, em 1925. Este exemplar nº: 277/300.
Dedicatória com assinatura do artista, canto superior direito:
"A. Mr. Leon Treich respectivement V. de Rego Monteiro Paris 5 / 2 / 1925."
O livro mostra 11 ilustrações com inspirações nos temas gráficos da cultura Marajoara, dos principais monumentos de Paris acompanhados por pequenos poemas. O autor dos textos e dos desenhos é um índio ficcional que, deixando sua aldeia no meio da floresta Amazônica, teria passado alguns dias na capital francesa.
Artigo publicado sobre a obra:
SQUEFF. Leticia. Paris sob o olho Selvagem: Quelques Visages de Paris (1925), de Vicente do Rego Monteiro. In: O Selvagem e o civilizado nas artes, fotografia e literatura do Brasil. Campinas, SP. Unicamp, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2010. Org. Alexander Gaiotto Miyoshi. p. 57 a 81. Acessado em 28/05/2024: https://www.ifch.unicamp.br/eha/chaa/civilizado/livro-selvagem-civilizado.pdf
Mulher com Violino
óleo sobre cartão55 x 46 cm
assinatura inf. dir.
Ex-coleção de Luciènne Géo-Charles (Madame Charles Guyot).
Vicente do Rego Monteiro (Recife PE 1899 - idem 1970)
Pintor, escultor, desenhista, ilustrador, artista gráfico.
Nasceu no Recife e sempre conviveu com arte, pois sua irmã, Fédora, dez anos mais velha, encorajada pela mãe já estudava pintura com professores particulares. O resultado insatisfatório daquele aprendizado fez com que a família se mude para o Rio de Janeiro e que Fédora passe a estudar na “Escola de Belas Artes”. Estamos em 1908 e acompanhando sua irmã, Vicente pintou suas primeiras aquarelas.
“Minha pintura não poderia existir antes do cubismo, que me legou as noções de construção, luz e formas. Minhas influências: O futurismo, o cubismo, a estampa japonesa, a arte negra, a escola de Paris, nosso barroco, e sobretudo a arte do nosso ameríndio na ilha de Marajó.”
Vicente do Rego Monteiro
In: “Vicente do Rego Monteiro – Pintor e Poeta”; Gilberto Freire et alii; 5ª. Cor Editores; RJ, 1994[1].“A pesquisa é necessária, mesmo para não se fazer.”
“Para mim só existem duas cidades: Recife e Paris.”
Vicente do Rego Monteiro IN: op. cit.
1911: A idéia que a irmã era a grande promessa nas artes plásticas levou com que a família se mudasse para Paris[2]. Lá nosso artista cursou as Academias “Colagrossi”, “Julian” e “Grande Chaumière[3]”. Dois anos depois – 1913 – participou de sua primeira exposição coletiva, com duas obras, no “Salon des Indépendants” que recebeu elogios do crítico do jornal “Le Matin”. Sua primeira estadia em Paris foi interrompida pela eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
1915-1921: Voltaram ao Rio de Janeiro. Vicente inicia trabalhos com escultura... . Diz lembrar-se do busto de Rui Barbosa de fatura “rodiniana”. Em dois anos retornam a Recife; e, em 1919, fez sua primeira exposição individual naquela cidade, logo depois expõe no RJ e em São Paulo. Estudou no período a arte marajoara e com grande interesse pessoal realizou – 1921 – o espetáculo “Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas”, no Teatro Trianon, RJ, muito elogiado pelo poeta crítico e político Ronald de Carvalho (1893-1935), com quem deixou algumas obras que o representaram na “Semana de Arte Moderna de São Paulo”.
Parte para Paris trabalhando como taifeiro[4] a bordo do “Corcovado”. Os anos 1920 são de grande atividade para Vicente que participa ativamente da vida parisiense, de exposições, ilustrando livros além de passar a integrar o grupo – L’Effort Moderne – capitaneado por Léonce Rosenberg (1879-1947) – grande colecionador de arte, antiquário, marchand, editor e extremado defensor do cubismo.
Em 1925 e 1928 apresentou duas exposições individuais, uma delas apresentada por Amédée Ozenfant (1886-1966) – pintor cubista francês, um dos fundadores do Purismo, que foi um movimento de vanguarda dos anos 20.
Primeira digressão: Sabemos que naqueles anos Philip Lehman (1861-1947), a exemplo dos “endinheirados” americanos, circulava também por Paris (e pela Europa) comprando o que viria a ser a hodierna “Robert Lehman Wing” do Metropolitan Museum of Art-NYC, criada a partir da doação, em 1969, de Robert filho de Philip, que a havia herdado[5].
Em 1923 ca., conheceu Vicente, se interessou por seu trabalho e comprou muitas obras. Com o aporte financeiro de Lehman, Vicente podia resistir às exigências de modificações técnicas feitas por seu “marchand”, fato que fortaleceu sua identidade pictórica fazendo com que nosso pintor pudesse se desenvolver continuamente sem as pressões comerciais
São daquela fase “Os calceteiros” e “A caçada”, na opinião do artista, “o meu primeiro tema realmente antropófago, uma luta entre os índios robôs com um animal fabuloso de inspiração marajoara... foi o primeiro que marca definitivamente minha nova fase. Eu deixei a virtuosidade do desenho para acrescentar o volume”. Ambos os trabalhos pertencem ao acervo do Museu de Arte Moderna de Paris – Centro Georges Pompidou.
Declarações do próprio artista nos indicam que “Brecheret e ele eram figuras conhecidas em Paris – 1923 ca. – e alguns críticos nos citavam com grande entusiasmo”. O sucesso parisiense era “gotejado” em Recife através de um cunhado; o mesmo que o convenceu a retornar ao Brasil para ser o padrinho de sua filha, o que criou a oportunidade para a organização de uma exposição da “Escola de Paris” em Recife, RJ e São Paulo, juntamente com Géo-Charles, ovvero, Charles Louis Proper Guyot (1892-1963) que foi um importante poeta francês.
Segunda digressão: “Brasil: 1920 – 1950. Da antropofagia a Brasília”, exposição que foi instalada na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) em 2002-2003.
Segundo palavras do curador-geral da exposição, Jorge Schwartz[6], professor de Literatura Hispano-Americana da USP, a “Semana de Arte Moderna de 1922” é o ponto central de “Brasil: 1920 – 1950. Da antropofagia a Brasília”. Foi a partir desse momento que a arte brasileira “conseguiu superar a espinhosa questão da dependência cultural e criar sua tradição por meio de uma linguagem própria, que abriu caminhos em prol de uma arte genuína e autônoma”.
Porém o curador também afirma que, em 1921, o artista Vicente do Rego Monteiro já prenunciava a antropofagia através de seu desenho antropofágico de endereço cubista, apesar de algumas formas arredondadas. Nele, um índio aparece deitado, deliciando-se com um fêmur de um homem que acabara de servir como alimento.
Mas voltemos ao Rego Monteiro. Desde 1922 o encontramos na França – já vivendo exclusivamente de seu trabalho . Escrevemos sobre sua febricitante atuação nos campos das artes plásticas e da literatura, fase essa que continuou ininterrupta até 1930, quando volta ao Brasil por motivos familiares (vide pág. 3) e para trazer a exposição da “Escola de Paris[7]”. Infelizmente a exposição (1930) não foi coroada de sucesso apesar de contar com obras de Pablo Picasso (1881-1973), Georges Braque (1882-1963), Joan Miró (1893-1983), Gino Severini (1883-1966), Fernand Léger (1881-1955) e suas próprias obras[8]. Durante a mesma época, foi afetado pelo “crack” da Bolsa de New York, na medida em que tal fato afetou também a vida artística parisiense[9]. Não obstante continua a trabalhar e a expor em várias áreas, com ilustrações em publicações dos mais variados tipos. A poesia propriamente dita viria depois, pois foi no Brasil, durante os anos da Segunda Guerra Mundial que ele a desenvolveu[10].
Sua vida continua com um suceder-se de viagens entre Paris e Recife. O engenho, equipado com uma retificadora transformou a produção de meu alambique, em um processo contínuo. Durou pouco, por muitas razões. Voltou a Paris, mas a proximidade da guerra (1939-1945) o fez retornar ao Brasil, trabalhando como diretor da Impresa Oficial de Pernambuco e elaborando a parte gráfica realiza ilustrações para as revistas “Fronteiras[11]” com Manuel Lubambo e “Renovação”. Lubambo não poupa elogios a Monteiro. Diz:
“... (Monteiro) um dos grandes nomes da pintura moderna. Ao lado de grandes nomes, como Picasso, Leger, Braque e outros, participou de todo o movimento de renovação artística de após guerra, e a sua obra está hoje consagrada em coleções particulares e museus americanos e europeus.”
E continuando, constatou o seguinte sobre o relacionamento entre o pintor e o então Governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti:
“É por estranho que pareça o fato, num Estado que quer honrar a cultura, o grande pintor pernambucano limita-se, em Pernambuco, a plantar cana e fabricar cachaça num bangué de Gravatá.”
Não obstante as dificuldades de reconhecimento e sobrevivência em solo pátrio nosso pintor-poeta e traduziu incentivou jovens escritores publicando seus textos naquelas revistas. 1946 marca novo retorno a Paris, onde decidiu viver como editor.
1950: Mesmo editando poesias, a partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.,1963) e O Aguardenteiro (final dos 1950). Mantém-se escrupulosamente firme à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais aliava a interpretação monumental do Art déco[12].
Em 1955 ca., teve o primeiro enfarte do miocárdio e foi socorrido pelos amigos poetas franceses que, através de múltiplas subscrições, financiaram o seu restabelecimento hospitalar e convalescente; cerca de dois anos! Retornou ao Brasil em 1957. As exposições resultantes não tiveram êxito; nem mesmo, a do próprio PM Bardi que foi feita em 1966 com o intuito de resgatar minha obra, que ele havia conhecido quando visitou o apartamento em que morava minha esposa – Marcelle Louis Villard – em Paris.
No fim de sua vida atuou como professor de pintura na “Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco”, em Recife de 1957 a 1966. Naquele ano foi nomeado professor do “Instituto de Arte de Brasília”. Fala muito bem de João Câmara de características telúricas, Portinari, Di Cavalcanti e também “daquele menino que fez exposição aqui, (no MIS) o Reinaldo Fonseca, que é outro plástico, indivíduo que sabe desenhar, que constrói um quadro com boa fatura.”
Declara ainda[13]:
“Eu diria que a descoberta de Walmir Ayala, para mim, foi uma grande recompensa, porque eu ma julgava um homem, como direi, um náufrago, perdido no oceano, sem amis amigos, sem ninguém, porque fugi demais. Meus bons amigos foram morrendo. Eu com 70 anos me julgava um velho, liquidado pela mocidade, e encontrei um jovem que me entusiasma, me dando uma cobertura que é uma recompensa para meus esforços de pintor. Sobretudo com a compreensão dele. Não sei se fiz bem dizer isso.”
Vicente do Rego Monteiro faleceu em Recife – vítima de um segundo ataque cardíaco – quando se preparava para embarcar para o RJ.
Vale uma brilhante homenagem:
Esse recifense em Paris
taquigrafou (como Miró)
o magro e o nu, o inexcessivo
de onde nasceu e se exilou;
e essa parca caligrafia
de recifense soube apor
aos verdes podres do alagado,
traduzindo o que é lama em cor.
João Cabral de Melo Neto
In: Poesia completa: 1940-1980
Lisboa: Imp. Nac.-Casa da Moeda, 1986, p. 98
Florilégio
"Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (...) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os 'pastiches' das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (...) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura".
Maurice Raynal
MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971.
"Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (...) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (...). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo".
Elza Maria Ajzemberg
AJZENBERG, Elza. Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213.
"Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca:
Negra velha quando fica arreliada
Mete o dedo na quirica
Dá ao negro prá cheirar.
O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver 'saudosismo' pelos sentidos - o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher?
Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e - por que não? - de formas".
Gilberto Freire
MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46
"Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental.
Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso".
Walter Zanini
ZANINI, Walter. Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38
"Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da 'volta à ordem' nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens".
Nelson Aguilar
MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40
“Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da ‘volta à ordem’ nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens”.
Nelson Aguilar
...à Walmir Ayala e Ricardo Cravo Albim, para o Ciclo de Artes Plásticas do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, em 27.10.1969. IN: MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994. p.254-255, 270, 272.
"Eu tive tendências diversas. Eu gostei do retrato. No retrato eu sempre procurei fazer a aparência física do espírito. Traduzia o espírito também do retrato. Eu fiz o retrato de Gilberto Freire. Estava em Paris em 1922. Fiz o retrato de Alberto Cavalcanti e da senhora mãe dele, uma senhora francesa, Mme... e o retrato das irmãs Martel. Esses quadros, alguns foram expostos no Salão dos Independentes em 22 e 23. Mais adiante eu fui me tornando mais cubista, deixando o retrato. Achei uma certa dificuldade de convencer, de encontrar o público que fizesse como Van Dongen, que para fazer o retrato ia com a freguesa a um grande costureiro, escolhia uma roupa de 20 mil francos. Naturalmente o retrato poderia ser pago na proporção de quatro cinco vezes o preço do vestido. A minha técnica era muito simples, não dava para ganhar. Eu preferia fazer pintura simples, simplesmente a composição. Daí me ter lançado para esta série de assuntos religiosos e trabalhadores como Os Calceteiros, e meu primeiro tema realmente antropófago é a Caçada ou a Caça, uma luta entre os índios robôs com um animal fabuloso de inspiração marajoara. Esse trabalho se encontra no Museu de Arte de Moderna de Paris.”
(...)
O Museu da Imagem e do Som gostaria, por indicação do nosso diretor, que você falasse, sobre o seu ponto de vista estético, de sua obra. Você me disse outro dia a respeito do seu quadro, sobre a construção do quadro, acho isso muito importante.
Eu planejo como um arquiteto. Eu uso cálculos sucessivos até achar a linha para a construção definitiva. Eu acho que o quadro, vou usar essa palavra, o quadro se fabrica, se constrói como uma casa. Esse negócio de falar de inspiração, de improvisação, só no tachismo e impressionismo, onde o artista vai com o corpo e a cara, com tudo, improvisa. Mas eu acho que o artista, depois do cubismo, constrói o seu trabalho. Para mim a linha é tão importante. A linha é exatamente o continente, e a cor, o conteúdo. A cor dá luz e sombra mas a linha é que define.
O que diria da abolição do óleo nas artes plásticas, como em objetos, em montagens, etc., hoje tão em moda?
Essa pintura de construção são pesquisas, eu considero isso tudo muito útil, necessário. Mesmo para se fazer, como experiência e não ser praticada. Há os pára-quedistas, e tudo isso aí abrindo caminho, mostrando o que se deve fazer e o que não se deve fazer. Eu acho que nada mais difícil do que um lápis, e nada mais puro que ser um lápis, nada mais medíocre do que desenho feito a lápis por pessoa que não sabe desenhar. Com lápis você faz tudo. É uma maravilha. Você pode realizar uma obra de arte ou uma negação.
Algum valor estético permanente no campo da pintura?
É o seguinte: o que é bom é o que é autêntico. Às vezes, por uma questão mesmo de interesse, um nome na época pode ser afastado, esquecido, mas o que é autêntico volta. É como certos pintores, como Piero della Francesca, e outros pintores que passaram séculos absolutamente desconhecidos, ignorados, mas que voltaram à tona".
UMA NOTÍCIA SOBRE VICENTE DO REGO MONTEIRO (1936)
LUBAMBO, Manoel. Uma notícia sobre Vicente do Rego Mongeiro.
“Fronteiras”, Recife v. 5, n. 15, p. 1-3, julho, 1936.
Compartilhando as mesmas convicções monárquicas e religiosas, Lubambo foi um grande amigo de Vicente do Rego Monteiro e esta apreciação bastante favorável não surpreende. Suas observações sairiam na revista “Fronteiras” em 1936, e revelam familiaridade com o mundo artístico. Não poupa sua admiração por Monteiro, descrevendo-o como [...] um dos grandes nomes da pintura moderna. Ao lado de grandes nomes, como Picasso, Leger, Braque e outros, participou de todo o movimento de renovação artística de após guerra, e a sua obra está hoje consagrada em coleções particulares e museus americanos e europeus.
Lubambo constatou o seguinte sobre o relacionamento entre o pintor e o então Governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti: É por estranho que pareça o fato, num Estado que quer honrar a cultura, que o grande pintor pernambucano limita-se, em Pernambuco, a plantar cana e fabricar cachaça num bangué de Gravatá.
Quanto à avaliação de Monteiro, Lubambo é bastante específico. Diz o seguinte:
“A pintura de Vicente inscreve-se no néo-classicismo. Não, porém que ele tenha sempre pintado ‘néo-clássico’ dos trabalhos reproduzidos 50 aqui não são néo-clássicos nem ‘Les Paveurs’”, nem o ‘Presépio’. Num e noutro sente-se a marca de fábrica do cubismo: o sentido geométrico, a idéia dos sólidos volumes, o intuito formal, o anseio de objetividade. Mas o curioso a assignalar – e isso é essencial – é que partindo do cubismo (a 100 ou 50 % dos ‘Paveurs’ ou da ‘Caça’, num processo de rehumanização crescente, a sua arte só veio parar na clara pureza de linhas de ‘Femme à la Biche’ e de ‘Tennis’ – quadros que correspondem à sua fase definitiva e que são caracterizadamente néo-clássicos.
Conhecendo a amizade entre Lubambo e Monteiro, é previsível sua avaliação positiva. Mais interessante é que este artigo indica como Lubambo incorpora seu interesse e gosto pela arte no conjunto de tantos outros como os de economia, política e história. Pesquisando os recortes de jornais deixados por Lubambo, podemos afirmar que ele se alimentava desta apreciação pela arte, enriquecendo os seus conhecimentos, lendo publicações sobre a mesma em francês, italiano, inglês e espanhol.
OUTROS DESENHOS DE VICENTE (1936)
LUBAMBO, Manoel. Outros desenhos de Vicente.
Fronteiras, Recife, v. 5, n. 16, p.17, set. 1936
Neste pequeno artigo, Lubambo divulga sua apreciação de Vicente do Rego Monteiro como ilustrador ou, como prefere designar, “iluminador” de livros. O objeto da sua avaliação positiva é do livro “iluminado” por Monteiro intitulado, “Legendes, croyance et Talismnas des Indiens de l’Amazone”, publicado em Paris. Tudo indica que este livro foi uma adaptação de um livro de P. L. Ducharte. (FRONTEIRAS, Fronteiras, v. 4, n. 9, p. 12, dez. 1935.) O seguinte parágrafo apresenta a essência do artigo:51
O livro está cheio de bichos, de amuletos, de gênios, de potências, de toda a massa de elementos que encheram a imaginação do índio brasileiro. A tudo o que Vicente soube dar aguda interpretação – ou intelectualizando cada vez mais a linha, ou alongando em ‘elans’ duma intensidade lírica o conteúdo ideal ou emocional do objeto, crença ou lenda. Na representação da prece a Ruda há uma distensão física quase mítica e nota-se que ao apolineo, olímpico e pindárico Vicente coube sentir intensamente todo o rítmo interior e profundo da lenda, de cujo impregrante ‘pathos’ nos deu uma interpretação em termos duma plástica soberba.
Acervos
Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Campos do Jordão SP
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco - Recife PE
Banco Central do Brasil - Brasília DF
Banco Safra - São Paulo SP
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ
Fundação Joaquim Nabuco - Recife PE
Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães - Recife PE
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - São Paulo SP
Musée de Grenoble - Grenoble (França)
Musée Géo-Charles - Échirolles (França)
Musée National d'Art Moderne - Centre Georges Pompidou - Paris (França)
Museu de Arte Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande PB
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Recife PE
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) - São Paulo SP
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) - Rio de Janeiro RJ
Palais des Congrès - Liège (Bélgica)
The Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
The Swindon Collection - Londres (Reino Unido)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Exposições Individuais
1918 - Recife PE - Individual, na Galeria Elegante
1918 - Recife PE - Individual, no Teatro Santa Isabel
1919 - Recife PE - Individual, na Fotografia Piereck
1920 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Moderna
1920 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1921 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro Trianon
1925 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre
1928 - Paris (França) - Individual, na Galerie Bernheim Jeune
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie David Garnier
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie Katia Granoff
1939 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1942 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1947 - Paris (França) - Individual, na Galerie Visconti
1956 - Paris (França) - Individual, na Galerie de L´Odeon
1957 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e monotipias, no Teatro Santa Isabel
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro
1958 - Paris (França) - Individual, na Galerie Royale
1960 - Paris (França) - Individual, na Galerie Yves Michel
1961 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie Ron Volmar
1963 - Paris (França) - Individual, na Galerie La Baume
1964 - Paris (França) - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e desenhos, na Galerie R.G.
1966 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Katia Granoff
1967 - Paris (França) - Individual, na Galerie Debret
1968 - Recife PE - Individual, na Enba
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1969 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1913 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1914 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1923 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1923 - Paris (França) - Exposição de Artistas Brasileiros, na Maison de L´Amérique Latine
1924 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - 18º Salão de Outono
1925 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1927 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1928 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1929 - Amsterdã (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Stedelijk Museum Amsterdam
1929 - Haia (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Pulchri Studio
1929 - Paris (França) - 40º Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants
1930 - Paris (França) - Premiére Exposition do Grupe Latino-Americain de Paris, na Galerie Zack
1930 - Paris (França) - Salon d'Avant Garde-1940
1930 - Recife PE - Exposition de l'École de Paris, no Teatro Santa Isabel
1930 - Rio de Janeiro RJ - Exposition de l'École de Paris, no Palace Hotel
1930 - São Paulo SP - Exposition de l'École de Paris, no Palacete da Glória
1931 - Paris (França) - Salon des Surindépendants
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Paris
1942 - Recife PE - 1º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1943 - Recife PE - 2º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1944 - Recife PE - 3º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco
1949 - Recife PE - 3º Salão de Arte Moderna do Recife
1952 - São Paulo SP - Exposição Comemorativa da Semana de Arte Moderna de 22, no MAM / SP
1954 - Recife SP - Fédora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, no Teatro Santa Isabel
1958 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Royale
1960 - Recife PE - 1ª Exposição da Galeria de Arte do Recife
1960 - Recife PE - Coletiva de Verão, na Ranulpho Galeria de Arte
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade do Recife
1961 - Recife PE - 1ª Feira de Arte do Recife
1962 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, no Clube Internacional do Recife
1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM / BA
1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira
1965 - Paris (França) - Hommage au Poète Géo-Charles, na Galerie de l'Institut
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Katia Granoff
1966 - São Paulo SP - Exposição Comparação, na Galeria Mirante Artes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Precursors of Modernism in Latin America, no Center of Inter-American Relations
1967 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Katia Granoff
1969 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, na Detalhe Galeria
Exposições Póstumas
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1970 - Recife PE - Prévia da Pré-Bienal Nordeste, no Pavilhão Fecin
1970 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro, nas Galerias Bancife
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1971 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1971 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva 1899-1970, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Vernissage
1974 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler
1976 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, na Galeria Tableau das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Échirolles (França) - Biennale d'Échirolles
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Paris (França) - Léger el L'Espirit Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: interpretações, na Galeria de Arte Banerj
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: ritos e inventos, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP
1986 - Échirolles (França) - Brésilien de France. Vicente do Rego Monteiro, no Musée Géo-Charles
1986 - Porto Alegre RS - Caminhos do Desenho Brasileiro, no Margs
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Jean Boghici
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - Sâo Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - O Redescobrimento do Brasil, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Recife PE - Arte Tátil, na Fundação Joaquim Nabuco
1989 - Recife PE - Individual, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Gatos Pintados, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Recife PE - Salão de Arte Contemporânea, no Museu do Estado de Pernambuco
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - 70 Anos da Semana de Arte Moderna: obras e artistas de 1922, no IEB/SP
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Jean Boghici
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Ranulpho Galeria de Arte
1994 - São Paulo SP - Vicente Inventor, na Ranulpho Galeria de Arte
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 1899-1970, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 21 pinturas, na Ricardo Camargo Galeria
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu de Arte do Paraná
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Mestres do Modernismo, no Estação Pinacoteca
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/FAAP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, no Ricardo Camargo Galeria
Bibliografia
AJZENBERG, Elza. Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984.
ANJOS JR., Moacir dos; MORAIS, Jorge Ventura de. Picasso ?visita? o Recife: a exposição da Escola de Paris em março de 1930.Revista Estudos Avançados, São Paulo, 34, pp. 313-335, 1998.
ARTE no Brasil. Apresentação de Pietro Maria Bardi e Pedro Manuel. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
AYALA, Walmir. Vicente, inventor. Rio de Janeiro: Record, 1980. 75 p., il. p.&b.
BARDI, Pietro Maria. O modernismo no Brasil. Prefácio Giovanni Lenti. São Paulo: Banco Sudameris, 1978. 186 p., il. p&b., color. (Arte e Cultura, 1).
BATISTA, Marta Rossetti. Os Artistas brasileiros na Escola de Paris: anos 20, 1987. 2v. Tese (Doutorado) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, São Paulo, 1987.
BRASIL Europa: encontros no século XX. Apresentação Francisco Knopli, Alain Rouquié; texto Aracy Amaral, Frederico Morais, Antonio Callado, Luís Arrobas Martins, Fábio Magalhães, Paul Éluard, Amedée Ozenfant, Alfred Kubin. Brasília: Conjunto Cultural da Caixa, 2000. 79 p., il. color.
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC / INL, 1973-1980. (Dicionários especializados, 5).
DACOLEÇÃO: os caminhos da arte brasileira. Introdução César Luís Pires de Mello; texto Frederico Morais; apresentação Júlio Bogoricin. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986. 263 p., il. color.
LEITE, José Roberto Teixeira. 500 anos da Pintura Brasileira [CD-ROM] / José Roberto Teixeira Leite; produção e direção Raul Luis Mendes Silva. Rio de Janeiro: Log On Informática, 1999.
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. Prefácio de Celso Furtado. Apresentação de Pierre Dossa. Organizado pelo Ministério da Cultura, Brasília e Câmara do Comércio. Texto de Aracy Amaral. São Paulo: MAM; Paris: Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris, 1988.
MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Apresentação Jorge Getúlio Veiga; comentário Gilberto Freyre, Antonio Bento, Lêdo Ivo, Pietro Maria Bardi, Fernando Barreto, Walmir Ayala, Jean Boghici. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994. 299p. il. p.b. color.
MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. Tradução Claude Lepine. São Paulo: MAC/USP, 1971. [96 p.], il. color.
MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP, AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. Tradução Izabel Murat Burbridge, John Norman; apresentação Edemar Cid Ferreira. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo : Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000. 255 p., il. color.
PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987.
ZANINI, Walter. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa das Artes, 1997.
[1] Na obra citada, está publicado o depoimento do artista para o “Ciclo de Artes Plásticas” do Museu da Imagem e do Som; RJ, 27.10.1969. Ref.: Walmir Ayala e Ricardo Cravo Albim, que será utilizado muitas vezes neste texto.
[2] NdA: O autor pressupõe que toda a família se mudou para Paris, apesar de não estar claro em nenhuma das referências sobre o autor que seu pai os tenha acompanhado. “Forse che si, forse che no!”
[3] Em linhas gerais essas três academias de arte eram similares. Foram criadas como uma alternativa à “École Nationale Supérieure des Beaux-Arts”, que se tornara muito conservadora aos olhos muitos artistas, além de coibir a entrada de estrangeiros através de severos testes de admissão; entre eles, o que se referia ao perfeito domínio da língua francesa. Aceitavam os estudantes do sexo feminino e lhes permitia pintar modelos masculinos nus – liberalidade intolerável aos olhos das instâncias oficiais! A Academia Julian se tornou célebre pelo número e pela qualidade dos artistas que dali saíram durante o grande período de efervescência das artes plásticas que foi o início do século XX e a academia “de la Grande Chaumière” é a única que conti nua funcionando até os nossos dias. Passaram pela escola os norte-americanos Alexander Calder (1898-1976) e Ald Held (1928-2005); o pintor Amedeo Modigliani (1884-1920); a escultora
Louise Bourgeois (1911-2010); os pintores e escultores Alberto Giacometti e Joán Miró (1893-1983). Artistas brasileiros, ou radicados no Brasil como Lasar Segall (1891-1957), Quirino Campofiorito (1902-1993), Antonio Bandeira (1922-1967) e Eduardo Sued (1925), atraídos pela formação em Paris, freqüentam muitas vezes a Académie “Julien” e a de la “Grande Chaumière”. A escola de Montparnasse recebe ainda Arpad Szenes (1897-1985) e Vieira da Silva (1908-1992), Milton Dacosta (1915-1988), Jorge Guinle (1947-1987) e Wesley Duke Lee (1931-2010).
[4] Vicente teria trabalhado como “praça”, destinado ao serviço de copa, mesa e camarotes dos oficiais de marinha. Na obra citada no texto em epígrafe, Vicente da uma versão ligeiramente diferente daquela viagem: “...deixei alguns quadros com Ronald de Carvalho, autor de minha promoção, da minha viagem e Europa, ele conseguiu passagem a bordo de navio cargueiro, um bilhete de volta, por caridade.”
Leia mais:
“Vicente do Rego Monteiro; artista e poeta”; Walter Zanini; Empresa das Artes Marigo Editora; São Paulo, 1997.
[5] Philip Lehman foi um banqueiro americano que criou o conceito do “Banco de Investimento” e que visualizou a importância de emissão de ações como captação de recursos para as novas empresas. Desde 1887, era sócio do embrião que se transformaria nos “Lehman Brothers”, que hoje conhecemos.
Leia mais:
metmuseum.org
[6] Jorge Schwartz possui graduação em Estudos Latino Americanos e Inglês pela Universidade Hebraica de Jerusalém (1970), mestrado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1976), doutorado e livre docência em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (1979).
É professor titular em Literatura Hispano-Americana da Universidade de São Paulo. Nos últimos anos tem se dedicado às relações da literatura com as artes plásticas.
Organizou a "Caixa Modernista", "Do Amazonas a Paris" de Vicente do Rego Monteiro, e foi curador das exposições "Da Antropofagia a Brasília" (IVAM, 2000 e FAAP 2002), "Horacio Coppola" (IMS e Telefónica/Madri) e "Grete Stern" e "Profissão Fotógrafo: Hildegard Rosenthal e Horacio Coppola, no Museu Lasar Segall. Coordenou a traduçao das Obras Completas de Borges (ed. Globo, Premio Jabuti de traducao) e coordena as Obras Completas de Oswald de Andrade (Editora Globo).
É diretor, desde 2008, do Museu Lasar Segall em Sao Paulo.
[7] A Escola de Paris (École de Paris) se refere a dois distintos grupos de artistas: um grupo de iluminadores medievais e um grupos de artistas não-franceses que trabalhavam em Paris antes da Primeira Guerra Mundial. Também se refere a outro grupo de artistas que trabalhou na cidade entre as duas guerras.
- Iluminadores medievais
A Escola de Paris se refere a muitos iluminadores, cujas identidades são na maioria desconhecidas, que fizeram de Paris um grande centro de produção de iluminuras nos períodos da arte românica e do período gótico, e até mesmo na Renascença. Os mais famosos artistas desse período são Jean Pucelle, Jean Fouquet e os Irmãos Limbourg, que eram originariamente dos Países Baixos. A grande maioria dos pintores da época eram mulheres.
- Moderna Escola de Paris
A Escola de Paris descreve a importância de Paris nas primeiras décadas do século XX. Entre esses artistas estão Pablo Picasso, Marc Chagall, Amedeo Modigliani, Piet Mondrian e franceses como Pierre Bonnard e Henri Matisse. Outros como Jean Arp, Robert Delaunay, Sonia Delaunay, Joan Miró, Constantin Brancusi, Raoul Dufy, René Iché, Tsuguharu Foujita, Maurice Utrillo e Chaim Soutine, trabalharam em Paris no período entre-guerras.
Após a Segunda Guerra, a Escola de Paris começou a referir-se aos artistas do Tachismo ou COBRA: Jean Dubuffet, Pierre Soulages, Nicholas de Stael, Hans Hartung, Serge Poliakoff e Georges Mathieu.
[8] Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886-1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior.
[9] No “Recorte Biográfico” sobre Tarsila do Amaral, o autor descreve os efeitos do “crack” em São Paulo e no Brasil, recomendando algumas leituras adicionais.
[10] Não abordaremos, neste momento, Vicente como poeta. Nosso recorte apresenta-o como pintor. A sua obra literária ocupa uma importante parte de seu trabalho e merece ser apresentada com muito cuidado e detalhes, que, no momento, não possuímos; mas, que será feito num futuro próximo e anexado à esse dossiê.
[11] Trabalhou associado com Manuel Lubambo. Manoel da Costa Lubambo pode ser inserido entre o grupo de in¬telectuais representantes do pensamento católico conservador dos anos 30 em Pernambuco. Suas idéias refletem, principalmente, “a mentalidade político-religiosa da época em que se acreditava estar no passado colonial as verdadeiras origens do povo brasileiro”.
[12] Art déco foi um movimento popular internacional de design que durou de 1925 até 1939, afetando as artes decorativas, a arquitetura, design de interiores e desenho industrial, assim como as artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráficas e cinema.
Este movimento, meramente decorativo, foi uma mistura de vários estilos (ecletismo) e movimentos do início do século XX. Visto como elegante, funcional e ultra-moderno para seu tempo, incluiu o construtivismo, cubismo, modernismo, Bauhaus, art nouveau e futurismo. A sua popularidade na Europa foi durante os anos 1920 e continuou fortemente nos Estados Unidos através da década de 1930.
[13] Vide obra citada na epígrafe deste recorte. Pág. 273.
Leia mais:
FERDINAND AZEVEDO; Resgatando a vida e as obras de Manoel da Costa Lubambo (1903-1943); www.unicap.br; Recife, 2006.