Vania Toledo
Vania Toledo (Paracatu MG 1945)
Fotógrafa.
Vania Rosa Cordeiro de Toledo trabalhou com livros didáticos no departamento de educação e pesquisas especiais da Editora Abril, entre 1969 e 1979. É professora de história no Colégio Duque de Caxias, em Osasco, São Paulo, de 1970 a 1973. Forma-se em ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH/USP em 1973. Autodidata, inicia a carreira fotográfica em 1978 no jornal Aqui São Paulo, de Samuel Wainer, é responsável por colunas de estréias e festas, com Antonio Bivar, assumindo em seguida o cargo de editora de fotografia do jornal. Abre seu próprio estúdio em 1981. Durante a década de 1980, colabora com diferentes jornais e revistas do Brasil e do exterior como Vogue, Interview, Claudia, Veja, IstoÉ, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Time, Life. Além disso, produz capas de livros e discos e calendários. Destaca-se como retratista ao publicar os livros Homens, 1980, uma ousada e bem-humorada coleção de nus masculinos, e Personagens Femininos, 1992, uma interpretação fotográfica das fantasias de 54 conhecidas atrizes. Essa obra lhe vale o Prêmio Excelência Gráfica, concedido pela Associação Brasileira de Técnicos Gráficos - ABTG, e a exposição correspondente recebe o prêmio de melhor do ano de 1993 da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Publica também os livros Vania Toledo, 1996, e Salomé, 1997.
Comentário Crítico
A obra de Vania Toledo tem foco preciso: os retratos. Rostos, corpos, nus e personagens nos palcos teatrais são seus temas privilegiados. "Sou apaixonada pelo ser humano, pelo rosto, pela expressão, pelo olho", afirma ela. O trabalho da retratista exige observação minuciosa e convívio prévio com o modelo - em geral, figuras conhecidas da cena cultural brasileira, sobretudo do teatro -, cada qual apresentado em ângulo específico, com luz particular, algumas vezes em tom claramente expressionista. "Fotografia é retrato da alma", continua Vania. "Não tenho luz pronta. Faço a luz para ela. Tento valorizar o que acho que pode favorecer a pessoa".
O aprendizado da fotografia nasce do convívio com os atores, que ela registra precocemente - em 1970, fotografa a peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria, do dramaturgo espanhol Fernando Arrabal. Essa experiência se revela muitas vezes nas poses, vestimentas e cenários que acentuam sua teatralidade; em Personagens Femininos, por exemplo, a fotógrafa solicita às atrizes que representem um papel diante da câmera. O estudo de Palcos Paulistanos, por sua vez, volta-se para a recuperação da memória do teatro, com registros de importantes espetáculos realizados no decorrer das últimas décadas - O Balcão, Galileu Galilei, Pano de Boca, Macunaíma. Ainda que tenha utilizado a cor em alguns trabalhos, a produção da fotógrafa é quase toda em preto-e-branco: "Acho que consigo ver cor em p&b".
Fonte: Itaú Cultural