Gerda Brentani
8 desenhos - Série bíblica
técnica mista sobre papeldiversas
assinatura inf. dir.
Medidas:
1 - 26 x 34 cm | 2 - 26 x 34 cm | 3 - 34 x 23 cm | 4 - 34 x 23 cm |
5 - 34 x 23 cm | 6 - 34 x 23 cm | 7 - 34 x 23 cm | 8 - 34 x 23 cm
Coleção 8 Gravuras
gravura em metaldiversas
assinatura inf. dir.
Pernilongos - 26 x 15 cm | Vespa azul - 29 x 32 cm | Louva Deus marron - 35 x 25,5 cm |
Centopéia verde - 29 x 26 cm | Besouro marron - 26 x 29 cm | Peixes - 34 x 24 cm |
Escorpião azul - 26 x 35 cm | Grilo verde - 26 x 29 cm
Gerda Brentani (Trieste, Itália 1908 - São Paulo SP 1999)
Pintora, caricaturista, desenhista, gravadora, ilustradora.
Muda-se para São Paulo, com o marido e dois filhos, em 1939. É quando conhece Rossi Osir (1890 - 1959) e Ernesto de Fiori(1884 - 1945), que se torna seu professor de pintura. Entre 1940 e 1941, Gerda pinta azulejos para a Osirarte, onde também realiza pinturas a óleo e participa da 1ª Exposição da Osirarte, em 1941. É cofundadora do Clube dos Artistas e Amigos da Arte de São Paulo - o Clubinho - em 1945, ano de sua primeira exposição individual, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). Realiza a exposição individual A Criação do Mundo, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1950. Participa da 8ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963, e, no ano seguinte, integra a Comissão de Reestruturação do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Inicia a prática de gravura em metal em 1968, com orientação de Marcelo Grassmann (1925). O MAM/SP dedica-lhe uma mostra retrospectiva com desenhos, gravuras e pinturas, em 1977, e é homenageada no 15º Salão de Humor de Piracicaba, em 1998. Em 2004, a Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) apresenta 150 trabalhos da artista, na exposição Desenhos de Gerda Brentani, Mil e Uma Histórias, com curadoria de Vera d'Horta.
Comentário Crítico
Elegendo o desenho a nanquim como sua técnica preferida, Gerda Brentani constrói um universo muito particular, povoado de seres tão humanos quanto insólitos. Com base na observação do real, a artista processa o que vê através da fineza de seu humor e de seu traço, e passa então a uma dimensão fantasiosa. É assim que, em 1961, após conhecer o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ/USP), Gerda elabora uma série de mais de 100 desenhos em que onças, cobras, passarinhos e insetos sempre deixam entrever num olhar, num gesto, algum traço do caráter humano.
A delicadeza da linha com que a artista cria os desenhos e a composição sucinta realçam a agudeza dos comentários acerca dos comportamentos, hábitos e convenções do homem. Por diversas vezes a linha apresenta-se de forma quase ininterrupta, com bico-de-pena, se afasta da superfície do papel somente quando é completada a figura. Essa segurança na fatura do desenho deixa a artista à vontade para, em várias obras, brincar com os meios-tons de cinza que recobrem a superfície das figuras - a capa de São Jorge, as escamas do dragão, o corpete da bailarina.
Na década de 1960, ainda usando os animais como tema e com marcado lirismo, Gerda escolhe o pincel para aplicar o nanquim em algumas obras (por influência do sumiê) e, em outras, acrescenta ao preto-e-branco pequenos detalhes coloridos que aos poucos vão ganhando espaço. A cor encontra-se plenamente afirmada na década de 1980, com a série São Paulo: Casas e Fachadas, na qual retrata antigos casarões paulistanos.
Críticas
"(...) Seus interesses costumam mesmo ser duradouros, o que explica a presença de alguns temas recorrentes em sua obra, constituindo verdadeiras séries. Quando um assunto se impõe - como é o caso, por exemplo, dos bichos - ele é tratado num primeiro momento de forma caligráfica, com traços espontâneos que situam uma certa atmosfera geral. À medida que a atenção da artista se demora sobre o assunto escolhido, vai surgindo uma fatura amorosa, desdobram-se possibilidades técnicas mais sofisticadas, são introduzidos rendilhados a bico de pena, sombras com pincel e nanquim aguado, e nos trabalhos mais recentes, principalmente dos anos 70, a cor surge para ficar. (...) Gerda é esse amálgama peculiar de mordacidade implacável e extremo carinho pelas coisas, pelos bichos, pelas pessoas, pelo mundo. Ela descobre o ridículo para em seguida afagá-lo. Crítica como a marginalidade lhe permite ser, ela a seguir se coloca no interior desse mundo onde estamos todos nós. Ela mostra que a vida é incapaz de caber nos moldes dos conceitos social e historicamente impostos. Sua rebeldia a leva desde a graça obrigatória de uma bailarina até o respeito social que certas vestimentas pretendem impor, ou a pompa forçada de que se revestem as autoridades. De cima do muro onde se colocou, ela joga nos conceitos estabelecidos a saudável bomba do seu humor iconoclasta. E se diverte vendo a explosão. E é do seu canto, onde reinam em liberdade total a inteligência e o espírito, que ela vem para nos dizer que a vida vale a pena".
Vera D´Horta
O RISCO arisco de Gerda Brentani. Apresentação de Vera d´Horta. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1986. (IX Mostra do Ciclo Momentos da Pintura Paulista).
Exposições Individuais
1945 - São Paulo SP - Individual, no IAB
1949 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Domus
1950 - São Paulo SP - A Criação do Mundo, no Masp
1957 - São Paulo SP - Individual, no Clube dos Artistas
1958 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1958 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria De Arte Il Torcoliere
1959 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Amigos do MAM/SP
1962 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luiz
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luiz
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Bonfiglioli
1977 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Desenhos de Gerda Brentani, na Grifo Galeria de Arte
1982 - São Paulo SP - Individual, organizada por Fábio Magalhães, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura, na Pinacoteca do Estado
1983 - São Simão SP - Individual, na Casa de Cultura Marcelo Grassmann
1988 - São Paulo SP - Individual, no Paço das Artes
1991 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete 144
1997 - São Paulo SP - Desenhos: Gerda Brentani, no MAC/USP
Exposições Coletivas
1941 - São Paulo SP - 1º Salão Osirarte, na Rua Barão de Itapetininga, 124
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - 5 Desenhistas, no MAM/SP
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1958 - Bordighera (Itália) - Concorso Internazionale della Caricatura
1959 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Humoristas, no MNBA
1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - São Paulo SP - Retrospectiva 1941-1968, na Galeria de Arte Tema
1969 - Salvador BA - Bienal Nacional de Artes Plásticas
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1969 - Telavive (Israel) - Contemporary Brazilian Art, na The Modern Art Gallery Ltd.
1970 - São Paulo SP - Antonio Henrique Amaral, Odetto Guersoni, Tomie Ohtake, Pedro Tort, Gerda Brentani, na Galeria de Arte Alberto Bonfiglioli
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Gabrovo (Bulgária) - Coletiva The Second International Biennial of Cartoons and Small Satirical Sculptures
1976 - São Paulo SP - Homenagens aos Imigrantes, no Masp
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Exposição Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha
1978 - São Paulo SP - 16º Arte e Pensamento Ecológico, na Cetesb
1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
1980 - Santos SP - 5 Tendências, na Galeria de Arte Centro Cultural Brasil-Estados Unidos
1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1981 - São Paulo SP - Exposição em homenagem a Cicillo Matarazzo, na Secretaria de Estado da Cultura
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras
1985 - São Paulo SP - Osirarte: pinturas sobre azulejo de Volpi, Zanini, Hilde Weber e Gerda Brantani, na Pinacoteca do Estado
1986 - São Paulo SP - Expo Brasil-Itália, no Anhembi
1986 - São Paulo SP - Homenagem ao aniversário da artista, no Museu Lasar Segall
1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1990 - São Paulo SP - 21º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1992 - São Paulo SP - Polaridades/Perspectivas, no Paço das Artes
1994 - São Paulo SP - Bandeiras: 60 artistas homenageiam os 60 anos da USP, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Bandeiras, na Galeria de Arte do Sesi
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi
Exposições Póstumas
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
Fonte: Itaú Cultural