Fulvio Pennacchi
Sem Título
grafite sobre papel1984
13 x 8 cm
assinatura no verso
No verso: "Dedicado ao caríssimo, Pileggi".
Fulvio Pennacchi (1905 - 1992)
Villa Collemandina - Garfagnana Toscana, Itália 1905 - São Paulo SP 1992.
Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor.
Biografia e História
Italiano de nascimento, este artista de grande e variada capacidade produtiva formou-se em Lucca e em Florença tendo estudado com Pio Semeghini, um poeta da luz que apesar de seduzido pela Paris pós-impressionista foi capaz de reinventar sua memória rebatendo o plágio. Com sua orientação Pennacchi desenvolveu sua capacidade de contemplação penetrante que transmutava em uma imagem firme e precisa sem sinal de fadiga ou incertezas.
Armado com a seriedade da pintura acadêmica participa da onda de grande patriotismo puro fundada sobre as obras dos grandes pintores do Trecento e Quattrocento; conseguiu entender e reunir as concepções artísticas próprias da Paris pós-impressionista compreendeu bem o significado do parêntesis cubista, futurista e do intelectualismo metafísico e se preparou para produzir uma pintura de matriz clássica que, segundo o próprio Pennacchi, devia ser caracterizada pela precisão do traço e da forma além da decisão no uso das cores. Se quisermos podemos dizer que sua fórmula estética desse novo classicismo era reduzida a idéias claras, proporção, modéstia e bom senso.
Conhecia a fundo os antigos mais representativos dos primitivos italianos e a espiritualidade, sobriedade e dignidade o aproximava a Masaccio e Giotto[1]; do Novecento[2] herdou a relação espacial e volumétrica que representará, após muitos estudos, em suas paisagens através da solidez dos muros, da maciça geometria das casas e das figuras e da ancoragem das figuras a terra[3].
Tendo sido obrigado a abandonar a Itália dos megalômanos por não concordar com a obsedante, facciosa e totalitária direção imprimida pelo fascismo[4] que, pouco a pouco dominando todos os aspectos da vida quotidiana italiana, determinara que também através da arte se fizesse a exaltação do regime, Pennacchi chegou ao Brasil em 1929, diplomado no curso superior de arte mural do Real Instituto de Arte Passaglia, iniciando sua longa carreira artística que, entre nós, perdurou por mais de 60 anos, tendo sido amplamente reconhecida pelo público, entes governamentais e pela crítica.
Aqui chegando, revitalizou a técnica do afresco, do qual se tornou seu maior expoente, conseguindo um novo híbrido: o feliz casamento entre a tradição, o modernismo, os valores clássicos e o gosto contemporâneo. A tradição era representada pela releitura dos valores volumétricos e espaciais dos pintores italianos do ‘300 e ‘400 que, aos claros e elementares volumes geométricos do ‘300, haviam juntado a perspectiva, possibilitando o aparecimento de uma arte monumental, distintamente presente nos afrescos da Igreja de NS da Paz e nos de grandes proporções.
Sem nunca abandonar o desenho[5] e a pintura de cavalete, na serenidade de seu ideal de maneira sintética e poderosa, decidiu-se, em 1937, pela pintura mural; primeiramente a óleo para em seguida dedicar-se o affresco[6], com extraordinário resultado artístico e sucesso crítico. A fase muralista duraria até 1959[7]. Ele havia trazido da Itália os valores relativos para a constituição de uma obra unitária e harmoniosa onde a arquitetura, o ambiente, a decoração e os elementos gráficos deveriam fundir-se num projeto a muitas mãos.
É claro que Pennacchi havia ponderado sobre a importância de trabalhar concomitante ao nascimento de uma arte proposta pelos artistas unidos sob a égide do Novecento e sua produção artística daquele período demonstra que ele havia aceitado de fazer parte daquele movimento. Mas, oriundo de uma família da qual havia herdado profundos valores cristãos, Pennacchi era mais fascinado pelo milagre da vida e grandiosidade da Criação do que pelo mito adulto do classicismo romano e ao mesmo tempo absolutamente contrário a quem pudesse apoiar a pintura pequeno-burguesa do último Ottocento. Ele mesmo escreveu que, quando da sua chegada ao Brasil, preferia viver muito modestamente que adaptar minha arte ao gosto da burguesia local.
Com apenas 36 anos produz uma obra prima: trata-se do projeto arquitetônico e dos monumentais afrescos da Igreja de Nossa Senhora da Paz, para a qual concebeu um projeto com a releitura do estilo românico para a construção propriamente dita e adotando os princípios do “rappel à l’ordre[8]”, reelaborou o estilo primitivo italiano do Tre e Quattrocento pintando afrescos que através do sóbrio equilíbrio dos espaços cheios e vazios, harmonizam-se à monumental concepção dos grandes arcos e da transcendência dos planos, criando a pintura das verticais em contraste com a pintura a peso das cores[9]. Tudo muito simples; de gosto moderno com sabor de antigo onde o ritmo geométrico encerra com discrição cada figura ou cada elemento de figura.
Porém, seus temas prediletos são os retirados do cotidiano, pouco heróicos, às vezes dolentes, mas sempre persuasivos que faziam contraponto ao celebrado, icônico, simétrico e simbólico “estilo lictório” de Piacentini que tentaria imortalizar através de uma falsa solenidade e severidade, o falso classicismo; criando, ao invés de uma legítima releitura, uma caricatura, tão bem apontada por Malaparte, Rivera, e recentemente, por Botero.
A produção concomitante de esculturas em terracota propiciou, a partir dos anos 50, tendo como ponto de partida os estudos das terras e argilas locais, uma obra cerâmica de característica única – inimitável!
Seu percurso artístico no Brasil sempre contemplou a atividade humana e através dela sua homenagem à Criação e ao “divino que todo o ser humano contém”. O volume e o claro-escuro dos anos 20/30 que fora utilizado como resposta à superfície sem perspectiva do cubo futurismo dos seus anos formativos, foi paulatinamente substituído pelo figurativo e pelas cores presentes nas “Fontainebleau e Barbizon” tropicais.
Homem reservado, mas de grande cultura, também se expressava através da poesia, que por não se preocupar com estilos e rimas, conseguia imprimir aos seus escritos ritmos musicais e ondulados. O texto, por sua vez, sempre demonstrou a rara qualidade do artista ter consciência do alcance filosófico de sua arte.
Nossa herança: Como homem, Pennacchi, nos deixou o exemplo de uma vida em constante construção, pautada por coragem e caráter sem recuos, trabalho, perseverança na busca e conquista de seus ideais, amor a Deus e ao seu próximo. Como artista, nos transmitiu uma obra em que estavam presentes os arquétipos da sua tradição toscana, a rigorosa e séria releitura da tradição classicista, aliadas às profundas reflexões sobre a Criação.
Florilégio
Pennacchi é uma figura emblemática de imigrante italiano; exuberante de valores humanos e espirituais, que sem nenhum desânimo soube suportar e superar as enormes dificuldades encontradas no seu primeiro impacto com uma sociedade diferente e a ele indiferente.
Sociedade que ele, como bom cristão, não renegou nem desprezou; pelo contrário, procurou entendê-la, e com força de vontade, nela inseriu-se, orgulhoso da sua identidade cultural, confiante de poder encontrar pontos comuns, sobre os quais assentar suas energias e desenvolver sua criatividade.
E o ponto em comum foi aquele dos valores humanos e espirituais das pessoas humildes e simples que, como ele, lutavam pela vida, e de todos aqueles que, através dos dons da própria condição social, os haviam transformado em meios de promoção humana.
Padre Francesco Milini , C.S.
Abril, 1986.
"A lição mais valiosa sobre a boa pintura é a de concentrar-se no estudo consciente"
Fulvio Pennacchi.
... eu desconhecia muita coisa sobre pintura. Pennacchi ensinou-me, então,
até sobre arquitetura, pois ele tinha um aprendizado muito bom, feito na Itália,
e pintava há muitos anos, desde antes de 1930... saíamos juntos para pintar paisagens do natural e, enquanto pintava, Pennacchi falava com muita humildade sobre sua pintura. Essa humildade ele conservou para sempre,
contrastando com a grande presença e força de sua pintura.
Francisco Rebollo Gonçalves, 1935.
... o jovem e valoroso pintor italiano, ao contrário de outros, não dramatiza em tons violentos a obscura miséria dos homens, mas procura idealizá-la numa atmosfera superior, quase religiosa. Os operários e camponeses de Pennacchi não são revoltados contra o próprio destino nem contra ninguém...
... é um pintor religioso não porque gosta de pintar episódios sacros, mas por esse senso místico que transparece das suas composições sempre admiráveis na distribuição equilibrada e na técnica francamente moderna.
... ele pertence aos poucos que sabem confundir a materialidade da forma modernamente realizada numa atmosfera nova, irreal sem ser romântica, mística sem ser obediente a nenhuma convenção eclesiástica.
... um delicado poeta de vigorosa imaginação, um idealizador da vida anônima e simples, um artista que na plástica das figuras sabe admiravelmente interpretar os sentimentos íntimos dos personagens representados. Pennacchi constitui, assim, uma rara exceção no campo das artes, seu atelier e suas obras são um oásis repousante no caos da pintura contemporânea que nele conta uma das suas expressões mais completas, mais originais e mais sinceras.
Franco Cenni, 1936.
... as pequenas obras, preciosidades que Pennacchi expôs nas Arcadas, foram muito admiradas e não foram poucos os pintores maduros e sérios que diante delas pararam e refletiram demoradamente...
... desenhadas com a nitidez comparável à de um escritor com larga capacidade descritiva, estas cenas campestres têm como componentes intrínsecos algo de antigo e muita intensidade realística onde a policromia dos céus, as curvas dos montes refletem uma aparência suficientemente mística e profunda a ponto de imaginarmos um mundo fecundado por um novo dilúvio que o fez renascer com maior harmonia e rutilo como se fosse o resultado de uma rajada de um cataclismo cósmico.
...Pennacchi situa-se entre os artistas que conciliam fontes da pintura maior de outrora e controladas infusões da plasticidade moderna. Observou-se a importância da figura na sua obra. A própria paisagem funciona nele não como um ato estético em si, mas como plano cenográfico inseparável do ser que a povoa e transforma.
Suas composições com múltiplos personagens são uma herança toscana de formas e planos que constroem um espaço perspéctico equilibrado. Resultam no principal do desenho ágil, mas ele faz prova também de sofisticados conhecimentos cromáticos e materiais.
Francesco Piccolo, 1936.
...melhor vou me acercando de seu espírito em que vejo uma ancia
animando um caminho de renovação...
acho que existe em sua pintura muito de Modigliani e de Kisling,
mas você é sempre um Pennacchi liberto e interessante.
...agora estou certo de seu definitivo triunpho proximo.
Jorge de Lima, Outubro, 1937.
... um contínuo e perfeccionista labor de muralista marcou a produção de Pennacchi, atraído pelo humanismo quatrocentista.
... Pennacchi singulariza-se, de um lado, pela influência definitiva que, quando jovem, recebera da antiga pintura toscana; e, de outro, por sua temática contraponteada entre assuntos sacros e profanos.
A ênfase colocada na figura humana distingue-o, ainda, da maior parte dos santelenistas, mais dirigidos à paisagem.
O elemento paisagístico tem nele importância, mas o artista reserva-o essencialmente para uma função de apoio.
... o Grupo Santa Helena, uma reunião espontânea de trabalhadores humildes,
quase todos semi-operários da área da comunicação visual, inteiramente à margem do processo oficial e elitista em que se desenvolveu o modernismo brasileiro.
(...) é a afirmação de uma grande personalidade. Seus quadros espirituais e expressivos constituem magníficas interpretações de estados de alma, especialmente do sentimento religioso.
A Gazeta, 1944.
(...) é digno de nota que nas naturezas-mortas apresentadas o exercício do claro-escuro preste um auxilio verdadeiramente notável.
Com esse auxilio o pintor dá aos seus quadros, dentro de uma aderência de colorido, volume e desenho livre, uma profundidade plástica de maestria realmente admirável.
Quirino da Silva, 1944.
(...) é inegável, porém, que o artista sabe como poucos compor um quadro. E que se sente à vontade tanto nas grandes como pequenas composições. Não é nem de longe um pintor banal e, sim, um profissional que conhece bem seu instrumento de trabalho e que dele se serve com desembaraço e arte.
Ciro Mendes, 1944.
Fulvio Pennacchi é um artista bastante conhecido entre nós. A pintura mural afresco, de caráter religioso, foi por ele iniciada na Igreja da Paz. Essas famosas decorações bastam para imortalizar o nome do jovem pintor. (...) muito embora a maioria de trabalhos de Pennacchi seja de caráter religioso, contudo, percebe-se que ele também sente nossas paisagens rurais com bastante emoção.
Doutor Osório César, 1944.
(...) a mais interessante é, sem dúvida, a do pintor Fulvio Pennacchi. Sobretudo pela nota que melhor a caracteriza, a alta espiritualidade das composições.
Pennacchi é artista de talento e de grande personalidade. Não é um realista, preocupado em reproduzir a natureza tal como a vemos, mas um interpretativo que dá expressão a idéias e sentimentos.
Para realizar essa obra, Pennacchi foge dos processos convencionais sem cair nos excessos do modernismo, conciliando o clássico e o moderno, a fim de chegar à forma de expressão adequada a sua personalidade... e consegue plenamente seu intento, numa série de excelentes trabalhos que o coloca entre os verdadeiros valores da moderna pintura paulista.
(...) um pintor atento aos problemas da pintura, atacando com pureza as naturezas-mortas e as flores.
(...) afastada a fórmula cômoda, o pintor alcança soluções sutis, gostosas de muito bom gosto. Há ainda que louvar seu desenho consciencioso e que constitui, talvez, a melhor qualidade deste pintor que expõe com êxito no prédio da Itá.
Sergio Milliet (da Costa e Silva), 1944.
Fulvio Pennacchi é pintor.
Sua obra, mormente o mural, o afresco, revela que sua consciência artesanal não foi adquirida atravésde louvores e permissões fáceis.
Quase que uma vida entregue ao trabalho consumi pintor. Inacreditáveis tropeços pautaram a sua árdua caminhada pictórica,
enquanto alguns de sua geração aderiram à mistificação.
É bem mais cômodo, mais fácil, até rendoso atender à solicitação vanguardeira...
Quirino da Silva in, Diário de São Paulo, 06.12.1944.
(...) há muito Pennacchi não expõe. Durante todo esse tempo esteve afastado do alarido que a improvisada crítica vinha fazendo com os seus ‘artistas prediletos.Agora não é mais possível mantê-los no cartaz, pois começou uma criteriosa revisão de valores
(...) assim, os verdadeiros artistas começaram a reaparecer, como que a dar conta ao colecionador e ao público do que fizeram durante todo esse tempo em que referveu a bambochada.
(...) a Pennacchi muito deve, também, a chamada arte moderna em nossa terra”.
Quirino da Silva, 1964.
(...) a retrospectiva de um artista é história. O pintor que hoje honramos já está naquelas páginas. Artífice de afrescos, ilustrador da vida dos povoados do interior,do tempo em que para lá viajava, retratista, ceramista, mestre.
(...) dono de um profissionalismo escrupuloso, laborioso, sem lazer, isolado e forte no esquivar-se aos fáceis barulhos da publicidade tamborejante e fastidiosa, renunciando aos compromissos não cabíveis com a própria consciência, perseguindo firme seus ideais morais,
Fulvio nos faz pensar naqueles artistas de sua terra natal que, honestos e persistentes, atenderam ao trabalho sem se impressionar se seus modos podiam parecer superados.
Pietro Maria Bardi, 1973.
(...) quando da sua retrospectiva foi fácil, a todos que duvidavam da força de sua obra, conhecer um pouco da capacidade realizadora desse artista incansável na feitura de uma criação angelical com base no nosso próprio regionalismo... são pinturas de mestre, de conhecedor profundo do que é composição.
Ivo Zanini, 1973.
Transmite nas cenas religiosas o humano dos santos, não para diminuí-los na sua santidade, mas para irmaná-los aos homens.
Aldo Bonadei, 1973.
... a pintura de Pennacchi não é nem realística nem primitiva à maneira desenvolta de tantos fingidos ingênuos que dela aproveitam para disfarçar sua congênita incapacidade de pintar: é uma transfiguração poética da realidade.
... num feliz contexto de cores, gestos e atitudes dos quais brotam imagens interiormente recriadas das coisas observadas uma meditada harmonia induzida na desordem incônscia dos aspectos naturais.
Esta é, e sempre foi, a essência da arte.
Emilio Mazza, 1973.
Vai ter momentos de fé e de poesia:
uma exposição de 27 quadros do Pennacchi,
que não constam do catálogo porque
é uma homenagem da Collectio ao artista.
Almoço Campestre ,uma obra que Pennacchi pintou em 1939, que é um almoço depois de uma colheita,
mas que inspira o mesmo respeito de quadros sacros
da Santa Ceia, é uma dessas obras.
Collectio in O Estado de São Paulo 26.08.1973.
O ouro da medalha que ora outorgamos deve ter o significado de grande lição. Na inquietante atmosfera do mundo moderno,
aquela (a medalha) ensina a todos
como foi feito ontem, como se faz hoje
e como se fará inegável e inexoravelmente ainda amanhã...
como conquistar um ideal,
a obrigar a vida a dizer sim quando esta nos diz não,
a contornar as dificuldades, superar as mesquinharias da vida,
remover os obstáculos... conquistar o sucesso passo a passo!
Ministro Togni, Lucca, Agosto de 1973.
A Galeria Alberto Bonfiglioli começa
muito bem o ano de 1974
com esta exposição, quase um documento
na vida artística de Pennacchi... .
exposição que se afirma não só pela diversidade dos temas
e técnicas que apresenta, como também pela dimensão humana de que se reveste.
...Sugerindo quase sempre a forma pela cor consegue,
desprender-se do desenhista que é, pressentido pelo observador,
na riqueza de detalhes da composição... .
Alcança a plenitude pictórica na presença marcante do clima captado pela cor, afinadamente, num estudo detido das atmosferas,
próximo do puro ecológico.
Lucio Galvão in, Natureza marca obra de Pennacchi,
O Estado de São Paulo, Março de 1974.
Fulvio Pennacchi é a modéstia em pessoa.
Considero sua obra e sua pesquisa em arte mais importante que o destaque social. Conscientemente colocou-se na penumbra,
oferecendo aos homens
o brilho de suas obras que sempre rendeu a Deus.
Jornal de Brasília, 30.08.1974.
...depois de estudarem desde 1973, uma mistura de argilas e corantes metálicos e um processo de queima que não quebrasse ou entortasse os finos painéis...acima de tudo, o que ressalta de seus painéis luminosos, das serenatas em Diamantina às procissões de Ouro Preto, é o resultado de uma laboriosa e impecável técnica, aliada ao homem e a paisagem brasileira
Revista Veja, Setembro, 1975.
Pennacchi: pela primeira vez em Santos
Lirismo, pureza, esperança, harmonia e serenidade...
tudo isso nos transmite Pennacchi através da sua obra...
tantos nos grandes como nos pequenos trabalhos!
Cidade de Santos, 11.09.1977.
... a exposição que Pennacchi inaugura esta noite
atesta os traços sensíveis
(...) embora nascido na Itália, Pennacchi se apaixonou pelo país de adoção
a ponto de o representar quase que sistematicamente em sua obra ...
de um artista que logo assimilou a vivência à brasileira,
captando todo o colorido e as cenas domésticas dos brasileiros,
especialmente suas tradições folclóricas.
Ivo Zanini, Abril, 1979.
... mas ele me levava até Nossa Senhora da Paz, bela Igreja, de um moderno imperecível (acho que a construção é dos anos 40), dotada de um campanário de leveza e arrojo românticos e de afrescos de Fulvio Pennacchi que me comovem bem mais do que qualquer São Francisco de Portinari
Mino Carta in, São Paulo se renova, apesar dos poderosos - Folha de São Paulo, 21.01.1982.
A salientar o amplo domínio do desenho, a harmonia das cores e a riqueza de detalhes em sua obra:
Apesar de explorar temas primitivos, ele não pode ser classificado como naïf , pois suas figuras não tem qualquer anormalidade e sua habilidade técnica é sempre visível.
Marchand Roberto Camargo in, Visão, Julho, 1985.
Pennacchi é, nos últimos vinte anos, um lírico fabulador... delicado, suave, levemente colorido!Seria inteiramente errado, entretanto, confundir sua delicadeza, suavidade e lirismo com qualquer tipo de ingenuidade primitiva. Fulvio Pennacchi é um pintor sabidíssimo, no melhor sentido da palavra. Sua simplicidade é a opção de quem domina completamente o metiê.
Olívio Tavares de Araújo; “Suaves Filigranas de um Mestre”, abril, 1980.
Gosto muitíssimo da luminosa simplicitas de Pennacchi: o seu modo de ver e mostrar as coisas.
Josef Piper, 1986.
(...) A mão de Pennacchi não treme, seu olho continua sensível às cores. O clima do conjunto é sereno e respeitável”.
O conceito de simplicitas central na tradição clássica do pensamento ocidental refere-se, antes de mais nada, à sentença evangélica: Se teu olho for simples, todo o teu corpo estará na luz (Mt 6,22).
Uma tal simplicitas do espírito é condição de captação do objeto, fonte e princípio da arte e do filosofar autênticos.
Prof. Dr. Luiz Jean Lauand, 1986.
A noite é rica, ainda que na favela. O balão central, dominante, rodeado de meninos. O morro grimpando ao fundo ladeiras de casebres. E árvore, e poste, e galinhas ciscando. No popular, a vida se povoa sempre. Inclusive das celebrações que naturais a balizam, alegremente.
O recado está dado: viver não cansa.
Ricardo Ramos in O Redescobrimento do Brasil
Mostra na Ranulpho, Galeria de Arte, em São Paulo, 1987.
(...) É raro que um artista tenha clara consciência do alcance filosófico de sua arte: um pintor pinta e não filosofa. A Reflexão filosófica lida com conceitos; a arte, com formas sensíveis e concretas.
No entanto, há casos excepcionais de pintores que rompem o circuito realidade-sensibilidade-obra de arte . Ampliam-no: realidade-sensibilidade-obra de arte-consciência reflexiva. É o caso de Fulvio Pennacchi.
Sempre me surpreendeu o modo como esse pintor atina com o complexo conceito filosófico-teológico da Criação, de fato central em sua arte.
(...) Vita e Amore, uma poesia composta por Pennacchi em 1942 excede toda e qualquer expectativa de sintonia com o que de mais essencial tem ensinado a tradição de pensamento ocidental a respeito do homem... Felicidade e contemplação, felicidade é contemplação: eis uma tese em que unanimemente coincidem os quatro grandes da tradição ocidental: Platão, Aristóteles, Agostinho e Tomás. (...) Precisamente isto é o que é evidenciado pelas pinturas e cerâmicas de Pennacchi (e não me refiro aqui ao artista sacro): saber ver a realidade simples e quotidiana... e surpreender aí o próprio fundamento do mundo: tudo o que é, é bom; é amdo por Deus. E mais, é porque é amado por Deus.
(...) E Pennacchi o expressou já há quase 50 anos:
Vita e Amore
Como me encanta o ver;
em torno a mim é sempre tudo novo,
Sempre nova é a gente que passa e brinca,
E chora e sorri: o cão late,
A árvore dá fruto, os pássaros cantam alegres e rumorosos,
Gosto de estar só, contemplando com vagar as belezas eternas da Criação,
Se leio me aprisiono em um mundo, feito por um homem,
Livre, que belo, estar no campo,
viver no mundo do Criador,
Mundo que freqüentemente parece triste,
Mas que em essência é todo feito de amor!
Prof. Dr. Jean Luiz Lauand, in Fulvio Pennacchi: 60 anos de pintura e sabedoria, O Estado de São Paulo, 24.03.1987.
(...) sabendo que a doença se havia agravado, fui visitá-lo juntamente com Padre Cláudio (...) se encontrava imóvel no leito, sereno, silencioso e preparado para o grande passo. Rezamos muito e lhe demos a Bênção dos Enfermos.
A seu lado, sempre atenta a fiel esposa, Filomena Maria, que com muita dignidade e doçura o contemplava com os olhos do primeiro encanto.
Padre Orazio Cappellari, agosto de 1992.
Guardando sempre a sólida formação italiana, Fulvio Pennacchi foi profundamente brasileiro: não só por ter vivido aqui 63 dos seus 87 anos, mas, principalmente, porque a imigração o trouxe ao país em que a gente do povo espontaneamente vive (ou vivia...) realidades e valores...
sob medida para sua peculiar sensibilidade artística;
a simplicidade, a fraternidade, o acolhimento, a festa, o amor.
identificou-se com o Brasil que lhe forneceu matéria prima para uma arte original e profunda; seus quadros são algo assim como delicados chorinhos compostos por um erudito clássico.
Professor Doutor Luiz Jean Lauand, Outubro, 1992.
...curiosamente, Pennacchi compreendeu e captou um lado autêntico
da brasilidade, inclusive social:
seus lavradores estão, muitas vezes, cançados,
mas há neles mais resignação do que revolta.
A elegância permanente na pintura de Pennacchi,
com seu colorido refinado
e com o próprio saber artesanal que o seduziu sempre...
de qualquer forma o conjunto é límpido,
como límpida se revelam a personalidade
e o caráter do pintor.
Olívio Tavares de Araújo in O Estado de São Paulo, 06.10.1992.
Pennacchi era a reserva religiosa do grupo (referindo-se ao Grupo Santa Helena) Um artesão formado pela Academia de Lucca, capaz de manter viva a tradição do afresco mural; o pintor italiano reelaborou a sintaxe da pintura renascentista.
Mais: foi uma espécie de Tarkovsky da pintura, capaz de comover o mundo ateu com suas extemporâneas figuras de santos.
Antonio Gonçalves Filho, 1995.
... ali, a casa cercada por jardins é a reconstituição saudosa de uma Toscana perdida, é a concreção ansiosa do desejo de recuperar o silêncio dos velhos solares florentinos...
Pennacchi não apenas cria a residência e povoa-a com seus afrescos quase sempre de temas piedosos e quase sempre italianos.
Não: ele concebe os móveis principais, seus utensílios mais cotidianos, desenha os temas das almofadas, toalhas e lençóis que em seguida sua mulher irá bordar.
Sua residência, pensada em sua totalidade, sem dúvida é o momento culminante da obra do artista, momento em que ele expande para a realidade concreta a espacialidade alusiva de sua obra pictórica.
Ao que se sabe, nenhum outro artista no Brasil foi tão radical quanto Fulvio Pennacchi nessa empreitada de estetização da própria vida.
Sua Itália idealizada, mais do que em sua fase santelenista, ganhava cada vez mais ares de brasilidade. Suas obras tardias tentavam recriar no plano da visualidade, um país ideal — misto da terra longínqua de seus pais e da terra nova de seus filhos!
Prof. Dr. Tadeu Chiarelli, 1999.
O talento se fez carne e habitou entre nós. Chamava-se Fúlvio Pennacchi (1905-1992) e faria cem anos dois dias depois deste Natal de 2005. Nele, o verbo se fez imagem e se fez vida e sonho.
Em 1942, reuniu ao redor do menino anunciado, o anjo e os pastores da Natividade no presbitério de uma nova Igreja encravada ao pé da colina de Piratininga. Lugar em que viviam e vivem ainda os mais pobres moradores daquela ponta de várzea desgarrada do Brás proletário. Era para que testemunhassem novamente o nascimento do Filho do Homem, ali na Igreja de Nossa Senhora da Paz, na rua do Glicério nº 225, entre cortiços e casas em ruína, ruas que o tempo povoaria com moradores sem teto, os que não tem onde reclinar a cabeça, catadores de papel, recicladores de lixo, não raro tratados como dejetos eles próprios. Aqueles em cujos olhos já não há lágrimas, em cujo tempo já não há o consolo da esperança.
A Igreja da Paz é a igreja dos migrantes, dos que buscam um lugar no mundo, a igreja de São Paulo em que a Natividade é permanentemente celebrada e no meio dos pobres, a vida anunciada, a esperança proclamada todos os dias nos belos afrescos de suas paredes. Nas outras, tem precedência o Cristo sofredor da Paixão cruenta.
Na igreja do Glicério, o Cristo dos simples não acusa a nossa consciência. Convida o coração, de quem crê e também de quem não crê, ou crê diferentemente, à comunhão e à paz. É o Cristo da conciliação e da inocência. É impossível não retornar ali para contemplar em silêncio aquele mistério. Pennacchi não convocou os Reis Magos do Evangelho de Mateus, que vieram do oriente trazendo incenso, mirra e ouro para o recém-nascido. Preferiu o Evangelho de Lucas, para encontrar ao redor de Jesus Menino, de Maria e de José os pastores da noite. Entre os que visitam o menino despojado que repousa sobre o nada do chão, está uma mulher com uma criança no colo. É a última dos últimos no mural, o lembrete da profecia de nossas folias-do-Divino, de que o rei nascerá do povo.
Há no belo afresco um evangelho segundo Pennacchi. Esse inspirado toscano de Vila Collemandina, Lucca, Itália, veio para São Paulo em 1929 tentar a vida. Fora aluno do Real Instituto de Belas Artes, de Lucca. Em São Paulo, com irmãos, foi dono de dois açougues. Disso vivia. Seis anos depois, foi dos primeiros membros do Grupo Santa Helena. Compartilhou sala com Rebolo no edifício da praça da Sé.
Sua obra contém símbolos precisos de sua concepção de povo brasileiro: a viola e o violeiro, o cachorro companheiro do caipira, as galinhas no terreiro, a bandeirola de um santo junino no mastro, onde por tradição se prende a espiga de milho da primícia, a primeira colhida, o primeiro fruto do trabalho e da terra, a oferenda. Um cachorro magro ouve atento o violeiro num detalhe dos afrescos do Hotel Toriba, em Campos do Jordão, apreciando seu naco de música. Pennacchi suavizou as cores e formas do Brasil para anunciar a beleza dos simples.
José de Souza Martins
Professor titular de Sociologia da Faculdade de Filosofia da USP
Alguns anos atrás, por ocasião da exposição comemorativa do cinqüentenário da vinda de Pennacchi para o Brasil, escrevi: ...pela sua sensibilidade, talento e simplicidade, Pennacchi transformou-se no intérprete plástico do poético e bucólico mundo da gente humilde do campo.
Hoje, melhor entendo sua vida e obra, e diria que ele foi um intérprete da vida do campo ou da cidade. Retomando Goethe conceitualmente, Pennacchi certamente não peregrinou nas Barbizon e Fontainebleau tropicais, seja por ilusão de chegar a algum lugar, seja pela de descobrir algo novo. Aqui veio para viver enquanto viajava, para compreender o que via, contemplar e dar forma às descobertas propiciadas por sua experiência.
A vida-obra de Fulvio Pennacchi é a experiência da descoberta do seu Brasil absorvido e decodificado pela ótica do universal, do eterno.
Valerio Pennacchi.
Obras Comentadas
A exemplo das outras seções, este também será atualizado na medida em que surgirem novas obras a serem comentadas.
A Maternidade
; lápis e carvão sobre papel; 58x41 cm; 1938
reproduzida no livro Ofício de Pennacchi à página 107
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2006.
Trabalho de Fulvio Pennacchi[10] de 1938. Trata-se de um desenho sobre papel feito a lápis e carvão, de fatura típica do primeiro ‘900, mas de sabor francamente masaccesco, que talvez represente dentro da obra de Pennacchi, a mais fiel continuidade do que foi o efêmero movimento de arte conhecido como “Retorno a ordem[11]”, que Pennacchi trouxe para o Brasil em 1929[12], o qual era provavelmente desconhecido entre nós, em virtude de sua curta duração e da maior demora na propagação das informações.
Tudo o que os artistas e os intelectuais brasileiros (a maioria não podia viajar para a Europa; e os que viajavam, iam quase que exclusivamente a Paris!) tinham, eram informações sobre o impressionismo, o pós-impressionismo e a Escola de Paris que foi justamente o que o “Retorno a Ordem” e a onda de neoclassicismo europeu, pôs em discussão dentro do avanço da arte moderna.
Enganam-se aqueles que atribuem aos “Macchiaioli” a proveniência do movimento “Novecento”. Não! O enigmático classicismo do “Retorno a Ordem 1919-1925” que depois desaguaria no “Novecento” milanês e italiano, foi buscar inspiração na re-interpretação e releitura de Cimabue (1240-1302), Giotto (1267-1337), Masolino da Panicale (1383-1440) e Masaccio (1401-1428), avigorando a compactação arquitetônica, a solidez tridimencional, a precisão da forma e o laconismo na composição. Não são aqueles os elementos presentes nessa “Maternidade” bem como na grande parte das obras de Pennacchi durante os primeiros decênios no Brasil?
Apoiado por Sergio Milliet e Mário de Andrade, esse “retorno a ordem” no Brasil foi considerado “um retrocesso realista” e seus integrantes classificados por Geraldo Ferraz como “tradicionalistas e defensores do carcamanismo artístico da Paulicéia”, a morrer de amores pelos processos de Giotto e Cimabue[13].
E a nossa obra? Penso ser uma peça de Museu, não pela grandiosidade das dimensões ou assunto, mas pela clara interpretação do principio que norteou o ”retorno a ordem" que no entender da vanguarda intelectual européia e italiana da época baseava-se na (a) precisão da composição cuja essencialidade do assunto era sujeita a uma simplificação purista, (b) na decisiva escolha da sobriedade da cor e (c) na firmeza do traço que deveria eliminar a incerteza cênica; elementos que Pennacchi concretizaria, alguns anos depois, com aparente facilidade e naturalidade nos grandiosos afrescos da Igreja da Paz e naqueles de sua própria casa!
A Madonna/Mãe está em pé envolta em um amplo panejamento que oculta as formas do corpo. O perfil do rosto tem uma majestade severa e distante que se afasta da costumeira suavidade e doçura das típicas “madonas” florentinas. Não olha para seu “Filho”, parece que seu rosto perscruta além do visível tal como aconteceria com as divindades impassíveis e impenetráveis da arte grega arcaica. Não sente o forte vento que averga a robusta árvore e dificulta o passo dos transeuntes. Seu pensamento está longe, muito longe, contemplando a eternidade e completamente distanciado das coisas terrenas. Nem o grande arco e nem os elementos do segundo plano conseguem desviar nossa atenção da serena, austera e dominante figura que apesar das proporções relativamente modestas do desenho, parece-nos enorme e nos suscita sentimentos de temor dos deuses bem mais do que o amor pela Mãe do Salvador.
Esta fase da vida artística de Pennacchi é tão pouco conhecida quanto importante. Por isso estou trabalhando há um ano (circa) numa monografia que enfoca o FP desenhista (1915-1920), o FP acadêmico (até 1926), o FP naturalista seguindo os passos de Antonio Pio Semeghini (seu professor em Lucca a quem substituiu quando aquele se retirou para liderar o “Grupo Naturalista de Burano”) e; finalmente o artista que de Lucca e Florença, revisita a obra de Ottone Rosai – que já era um dos pilares da cultura italiana do “Novecento Toscano” – Sironi e Carrà e, através deles, começa a reler e reinterpretar como o “grupo dos sete[14]” procurou reabilitar a arte moderna italiana substituindo o nudismo afro-picassiano e as divisões constitutivas cubo-futurista da Paris Pós-Impressionista.
O casamento caipira”, ost – 1942
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2009.
1942. Pennacchi já está no Brasil há 13 anos. Apesar de não ter tido ainda a oportunidade de uma mostra pessoal, já estavam superados alguns dos principais obstáculos encontrados pelo artista junto a uma sociedade diferente e a ele indiferente.
A obra: O pároco tendo terminado sua atribuição, conversa com uma paroquiana completamente alheio ao cortejo nupcial que acompanha os noivos ao seu destino. O menino, à esquerda, atende ao chamado da natureza, e também se mantém apartado da cena principal, criando sua própria narrativa. Sur-le-tout vemos o grande volume arquitetônico da igreja que com o apoio dos outros quatro mantém toda a obra em equilíbrio.
A obra que bem sintetiza da pintura pennacchiana através da presença do volume, da composição equilibrada e do desenho consciencioso de traço seguro, nos apresenta um bônus: a explosão de cores a nos indicar uma atmosfera de primavera, de felicidade, além dos trinta personagens com um endereço caricatural que se tornará mais importante nos anos futuros. A transbordante alegria nos remete ao festivo mês de maio do hemisfério norte, certamente ainda vivo na memória do artista, naquela época.
O volume e claro-escuro dos anos 20/30 que fora utilizado como resposta à superfície sem perspectiva do cubo futurismo dos seus estudos formativos, foi paulatinamente substituído pelo figurativo e pelas cores presentes nas Fontainebleau e Barbizon tropicais.
Fiel ao seu percurso artístico contemplou também nesta obra, um dos vários aspectos da atividade humana e através dela sua homenagem à Criação e ao divino que todo o ser humano contém.
A obra o casamento caipira que nos referimos, interpreta e registra de maneira humana e principalmente espirituosa um momento da vida. Mostra que Pennacchi não caminhou seja por ilusão de chegar a algum lugar, seja para descobrir algo novo. Viveu enquanto viajava, compreendeu o que via contemplou e deu forma às descobertas propiciadas por sua experiência. Pintou o que lhe estava próximo.
Uma outra forma de retratar a mesma cena seria a de dar uma conotação pessimista com respeito ao destino do homem e encontrar uma maneira de exaltar os valores da civilização negados aos humildes e pobres participantes da cena! O cunho teria sido de uma maior crítica social que certamente agradaria mais aos que querem fazer da arte mais um instrumento de denúncia social, mas que, concomitantemente, não são capazes de arrematar com ações construtivas a verborragia pirotécnica utilizada.
Pennacchi escolheu o caminho de uma aparente resignação e ingenuidade; mas claramente reconhece a problemática do homem de seu sofrimento e da sua dor, quando afirma em uma das suas poesias
...maschera di riso, ognuno nel suo sorriso nasconde il suo dolore!
( …máscara de riso, cada um no seu sorriso esconde sua dor!)
De Pennacchi ainda diríamos que foi um artista de grande e variada capacidade produtiva; formado em Lucca e em Florença onde teve a oportunidade de estudar com Pio Semeghini – um verdadeiro poeta da luz, seduzido pela Paris pós-impressionista e capaz de reinventar sua memória sem o perigo do plágio – com quem desenvolveu sua capacidade de contemplação penetrante que se transmutava em uma imagem firme e precisa sem nenhum sinal de fadiga ou incerteza.
Tendo sido obrigado a abandonar a Itália dos megalômanos por não concordar com a obsedante, facciosa e totalitária direção imprimida pelo Fascismo que, pouco a pouco dominando todos os aspectos da vida quotidiana italiana, determinara que também através da arte se fizesse a exaltação do regime, Pennacchi chegou ao Brasil em 1929, diplomado no curso superior de arte, na modalidade de decoração mural, do Real Instituto de Arte Passaglia, iniciando sua longa carreira artística que, entre nós, perdurou por mais de 60 anos, tendo sido amplamente reconhecida pelo público e colecionadores, pelos entes governamentais e pela crítica.
Aqui chegando, revitalizou, a técnica do afresco, do qual se tornou seu maior expoente, conseguindo um novo híbrido: o feliz casamento entre a tradição, o modernismo, os valores clássicos e o gosto contemporâneo. A tradição era representada pela releitura dos valores volumétricos e espaciais dos pintores italianos do ‘300 e ‘400 que, aos claros e elementares volumes geométricos do ‘300, haviam juntado a perspectiva, possibilitando o aparecimento de uma arte monumental, distintamente presente nos afrescos da Igreja de NS da Paz e nos de grandes proporções, em casas de particulares.
Porém, seus temas prediletos são os retirados do cotidiano, pouco heróicos, às vezes dolentes, mas sempre persuasivos que faziam contraponto ao celebrado, icônico, simétrico e simbólico “estilo lictório” de Piacentini que tentaria imortalizar através de uma falsa solenidade e severidade, o falso classicismo; criando, ao invés de uma legítima releitura, uma caricatura, tão bem apontada por Curzio Malaparte, Diego Rivera, e recentemente, por Botero.
A produção concomitante de esculturas em terracota propiciou, a partir dos anos 50, tendo como ponto de partida os estudos das terras e argilas locais, uma obra cerâmica de característica única – inimitável!
Homem reservado, mas de grande cultura, também se expressava através da poesia, que não se preocupando com estilos e rimas, conseguia imprimir aos seus escritos ritmos musicais e ondulantes. O texto, por sua vez, sempre demonstrou a rara qualidade do artista ter consciência do alcance filosófico de sua arte; consciência essa magistralmente entendida e explicada pelo filósofo e pensador católico brasileiro Luiz Jean Lauand[15] .
Jazia na sombra do fossado escuro, sem mais vida;
Marta e Maria consumidas pela dor, sem mais paz;
Chegou Jesus –
(....)
E a Lázaro chamou com voz amiga,
“Lázaro venha, levante e caminha”
Assombro imenso, multidão aterrorizada, bocas abertas,
(...)
E ao coração humano o milagre realiza-se pela força divina
de amor, de bondade do generoso coração do Senhor.
A Ressurreição de Lázaro, ost, 1942
Fulvio Pennacchi,
Ressurreição de Lázaro; 30.06.1942; 09h15.
O quadro em questão – A Ressurreição de Lázaro - vibra de colorações quentes, vermelhos, escarlate, azuis, cinza quente, verdes intensos; um conjunto que transmite calor. As figuras se mechem, a eletricidade atravessa o ar, quantas coisas acontecem que causam maravilha e assombro, forças sobre humanas que agem, Jesus é a potência que domina a cena – a paisagem é filtrada através das figuras, a potência de Deus faz tremer todos, e transforma todos em homens humildes deste pobre mundo. Disse Pennacchi: “Creio que esse quadro é uma das melhores realizações que eu concebi na minha vida – existem exageros estilísticos, mas o ar, a atmosfera, a paixão começam a penetrar dentro e fora das figuras ...”.
Sem dúvida uma das mais dramáticas obras de Fulvio Pennacchi da década de 1940. Não é um tema muito recorrente na iconografia religiosa. Poucos exemplos conhecidos ficam por conta do afresco de Gian Giacomo Testa (1582) e uma boa e grande obra de Michelangelo Merisi, ovvero, Caravaggio (1608-1609). O episódio que neste caso está atrelado, à compaixão de Cristo frente às irmãs que viviam o luto – Lázaro já estava morto há quatro dias – não deve ser considerado somente sob essa ótica; mas principalmente porque durante sua vida terrena, Cristo afirmou “que era a luz e com o exemplo presente, também demonstrou que era a ressurreição e a vida”!
Obra de grandes dimensões com cerca de 30 dramáticas personagens, “Ressurreição”; um dos últimos exemplos de sua revisão da pintura “chiaroscuro”, (pintura com contrastes entre luz e sombras criando uma perspectiva tonal onde as figuras do fundo são muito mais definidas pelos tons do que pelas linhas de contorno) mais próxima da Itália e Flandres do século XV do que dos maneiristas e barrocos do século XVI.
A predominância dos tons escuros é quebrada por uma luminosidade de fonte não identificável a partir da esquerda da obra, apresentando a figura preeminente de um Nazareno sereno e luminoso de cores contrastantes com aquelas utilizadas na cena cujo imperioso gesto da mão direita denota energia, mas como na poesia composta concomitantemente ao quadro, seu semblante e a “voz amiga” eliminam qualquer autoritarismo dominador e arrogante.
Completa a composição uma multidão triste e assombrada e um Lázaro, assistido por dois dos apóstolos, propositadamente estático, impedido em seus movimentos pelas inúmeras tiras de pano que revestem seu corpo.
Uma família caipira, ast, 1973
Valerio Pennacchi-Pennacchi, 2009.
Os arredores da vila, na qual há algum tempo se havia festejado uma festa junina, servem de fundo para que um fotógrafo imaginário imortalize o ato de posar da orgulhosa família campesina reunida em torno de seu “patriarca” que exibe um semblante da vida pacífica e honrada que tem levado...
Assim poderia começar um conto baseado nas dezenove figuras, no casario, na capela postada no cocuruto do outeiro, nos muros e nos suaves declives dos cerros que bem delimitam aquela paisagem rural. O complemento distenso daquela atmosfera onírica nos é dado pela intensa luz e pela luminosidade do céu azul que, ao longe, cobre com um véu quase invisível, as montanhas que nos remetem ao infinito.
A obra é datada de 1973. 1973 é também o ano da retrospectiva do MASP. Após 44 anos de Brasil, Pennacchi está em sua melhor compleição. Longe iam os tempos da sua chegada ao Brasil e de seus esforços para suportar e superar as enormes dificuldades encontradas no seu primeiro contato com uma sociedade diferente e a ele indiferente. Havia sido “descoberto” em 1936 e premiado muitas e muitas vezes, foi um dos principais protagonistas do Grupo Santa Helena, foi amigo de seus amigos pintores, revitalizou a técnica do afresco entre nós com diligência, energia e dinamismo; e, com a mesma determinação, retirou-se do ambiente artístico nos anos 1950 por não concordar com “seu caótico desenvolvimento”. Continuou a trabalhar, enveredou pelo mundo da modelagem de substâncias maleáveis criando volumes e relevos com acabamento policromático – a cerâmica – e finalmente ao cabo de uma década ca., retornou ao mercado, aplaudido e reverenciado.
O pintor italiano dos anos ’30 deu lugar ao europeu dos anos ’40 para se transformar paulatinamente no interprete brasileiro a partir dos anos ’60. A obra que vemos nos fala da harmonia presente no mundo através da restauração da paz e o persuasivo equilíbrio das cores somente é possível como conseqüência de uma utópica palingenesia estética.
A obra do artista continua verdadeira ao seu entendimento da simplificação da beleza e atemporalidade. Longe de qualquer excentricidade de efêmeros modismos mostra o “saber fazer".
Exposições Individuais, Coletivas e Póstumas
1936
No final do ano, participa pela primeira vez de uma coletiva – o II Salão Paulista de Belas Artes (São Paulo), organizado pelo Conselho de Orientação Artística do Estado. Recebe o prêmio-aquisição pela pintura Fuga para o Egito, outorgado pela comissão designada pelo governo municipal, presidida pela Sra. Renata Crespi da Silva Prado, esposa do então Prefeito de São Paulo, Fabio Prado.
1939
Integra, em São Paulo, de uma exposição realizada em homenagem a Candido Portinari (1903-1962), pelo prêmio obtido na Exposição Internacional de Pintura (Instituto Carnegie de Pittsburgh, Estados Unidos).
Participa do XLII Salão Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), do III e IV Salão Paulista de Belas Artes (São Paulo), recebendo nos três a Grande Medalha de Prata. No final do ano, apresenta-se na "Exposição de Pequenos Quadros", no Palácio das Arcadas (São Paulo), onde conhece mais intimamente Rebolo. A exposição, organizada por Torquato Bassi, teve o apoio da Sociedade Paulista de Belas Artes (depois denominada Sindicato), realizada com o objetivo de angariar fundos destinados a obras de caridade. Sergio Milliet compra a obra Enterrar os mortos, posteriormente readquirida pelo artista e repintada (o céu, hoje de cor viva, resulta da intervenção feita na década de 1980). Piccolo também adquire obras do artista.
Integra o I Salão da Família Artística Paulista, organizado por Paulo Rossi Osir e Vittorio Gobbis, no Hotel Esplanada (São Paulo). O catálogo tem a apresentação de Paulo Mendes de Almeida. Pennacchi expõe as pinturas Virgem com o Filho, Ceia dos Apóstolos, Paisagem, Natureza-morta e Composição. Participa também do V Salão Paulista de Belas Artes (São Paulo).
Integra o II Salão da Família Artística Paulista, realizado nos salões do Automóvel Clube, à rua Líbero Badaró nº 287. A ilustração da capa do catálogo é de autoria do artista. Participa também do III Salão de Maio, realizado na Galeria Itá, quando é editada a Revista Anual do Salão de Maio – RASM.
1940
Participa do III Salão da Família Artística Paulista, promovido pela Associação dos Artistas Brasileiros e a revista Aspectos. A última coletiva do grupo ocorre no Palace Hotel (Rio de Janeiro).
1941
Em outubro, integra o I Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca (São Paulo), organizado por Quirino da Silva, Vittorio Gobbis e o jornalista Elias Chaves Neto. Entre outras obras, apresenta um São Francisco, mencionado em artigo de Mário de Andrade comentando o V Salão do Sindicato8. O evento não teve continuidade.
1942
Em julho, participa do VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia. Desde 1936, a Sociedade Paulista de Belas Artes transformava-se em Sindicato dos Artistas Plásticos e Compositores Musicais.
1945
Em junho, apresenta-se individualmente na Galería Müller (Buenos Aires, Argentina), onde expõe 47 pinturas entre óleos, guaches e têmperas, de temas religiosos e de costumes. A exposição foi organizada por Giuseppe Chiappori, com a ajuda de Filomena e de sua governanta Malanie Van Derkel. A mostra foi divulgada pelos jornais La Nación, El Pueblo, La Razón, Correo Literario e um periódico para a comunidade alemã: Argentinisches Tageblatt. É possível que a crítica Margherita Sarfatti, importante divulgadora do Novecento, tenha escrito uma crítica sobre a exposição (não encontrada). Pennacchi entretanto não a conheceu.
Em agosto, integra a “Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana” na Galeria Prestes Maia. O evento, proveniente do Rio de Janeiro, era uma iniciativa da empresa comercial Contemporary Arts.
Em outubro, realiza individual na Galeria Itá, apresentando 70 obras: 27 com temas sacros, 43 profanos, entre os quais, sete naturezas-mortas, quatro desenhos, três têmperas e dois afrescos de pequeno porte. Cena Brasileira, considerada pela crítica uma das melhores obras, é adquirida por Cicillo Matarazzo e posteriormente doada ao futuro Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
1946
Em fevereiro, integra com um desenho a coleção da Secção de Arte da Biblioteca Municipal de São Paulo, idealizada por Sergio Milliet.
Participa do XII Salão Paulista de Belas-Artes, na Galeria Prestes Maia.
1949
Em março, integra a coletiva “Exposição de Pintura Paulista”, no Ministério da Educação e Saúde (também patrocinador), no Rio de Janeiro, organizada pela galeria paulista Domus. Também integram a mostra obras de Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Francisco Rebolo Gonsales, José Antonio da Silva, Lúcia Suaré, Nelson Nóbrega, Noêmia Mourão, Quirino da Silva e Yolanda Mohalyi. Pennacchi apresenta oito óleos e guaches: Circo, Aldeia, A Bruxa (reproduzida no catálogo), Balão, Esmola, Anunciação, Visitação e Composição.
Participa também do I Salão Baiano de Belas-Artes, realizado no Hotel Bahia, Salvador.
1950-1964
Pennacchi opta por um auto-exílio. Segundo o artista: “por não concordar com o caótico desenvolvimento das artes plásticas nos anos 1950, resolvi voltar para o meu mundo e continuar a pesquisar e trabalhar.”11
1951
Participa da I Bienal de São Paulo, exposição organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Pennacchi envia três obras, mas apenas uma é escolhida para integrar a mostra: um afresco sobre reboco com o título Figuras, de 1950.
1953
Integra o XVIII Salão Paulista de Belas-Artes, na Galeria Prestes Maia.
1954
Em maio, participa do III Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia. Integra também a coletiva “Arte contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo”, no mesmo museu.
1960
Participa da coletiva “Cartões de Natal”, organizada pela Galeria Atrium. Impulsionado por Emy Bonfim expõe miniaturas com grande repercussão no meio artístico.
1964
São organizadas individuais na Galeria Azulão e na Galeria de Arte da Casa do Artista Plástico (São Paulo). Na última expõe pinturas e peças de cerâmica.
1966
A partir dessa data, várias exposições do Grupo Santa Helena se sucedem. A primeira delas – “O Grupo Santa Helena, Hoje” – ocorre na Galeria de Arte 4 Planetas. No ano seguinte, o Auditório Itália organiza a mostra “O Grupo Santa Helena: 30 anos depois”.
A partir dessa data, várias exposições do Grupo Santa Helena se sucedem. A primeira delas – “O Grupo Santa Helena, Hoje” – ocorre na Galeria de Arte 4 Planetas. No ano seguinte, o Auditório Itália organiza a mostra “O Grupo Santa Helena: 30 anos depois”.
1970
Em Estoril (Portugal), é convidado a integrar a coletiva “Artistas Ingênuos Brasileiros”, realizada no Cassino Estoril.
1972
Duas importantes exposições ocorrem nesse ano: “A Semana de 22: Antecedentes e Conseqüências”, iniciativa de Pietro Maria Bardi, realizada no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, e “Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois”, organizada por Roberto Pontual, na Galeria Collectio.
Ainda nesse ano, a Galeria Azulão expõe desenhos do Grupo Santa Helena: Bonadei, Graciano, Manuel Martins, Rebolo, Rizzotti, Volpi e Zanini.
1973
Em São Paulo, realizam-se quatro individuais: em abril, no Museu de Arte de São Paulo; em maio, no Circolo Italiano (Edifício Itália) e em novembro, na Espade Galeria de Arte, além de expor individualmente em junho, em Milão (Itália). A retrospectiva do Masp, iniciativa de Pietro Maria Bardi, é sem dúvida a mais importante, permitindo um conhecimento vasto da obra do artista. São apresentadas 152 obras relacionadas na em um impresso, entre pinturas, desenhos, afrescos e cerâmicas (não elencadas). Oito auto-retratos de diferentes períodos são expostos. Os jornais consideram “o ano Pennacchi” pelo conjunto das mostras individuais.
Em agosto, em leilão organizado pela Galeria Collectio, o artista é homenageado com uma individual, na qual são apresentadas 27 pinturas, abrangendo 40 anos de atividade artística. A Galeria Espade também apresenta pinturas do artista.
Integra o Panorama da Arte Atual Brasileira / Pintura, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, no qual apresenta as obras: Casamento (1968), Cafezal (1970), Circo (1972) e Aldeia (1973), reproduzida no catálogo. A Uirapuru Galeria de Arte, apresenta “Oito Pintores do Grupo Santa Helena” e a Galeria Azulão, “São Francisco visto pelos artistas...”. Em Milão, o Itamaraty organiza coletiva de artistas brasileiros, da qual Pennacchi faz parte.
O Museu de Arte de São Paulo apresenta cinco desenhos do artista em mostra de doações daquele ano.
1974
Quatro individuais são realizadas: em março, na Galeria Bonfiglioli (São Paulo); retrospectiva na Fundação Cultural do Distrito Federal (Brasília), onde são apresentadas 129 obras, abrangendo o período de 1929 a 1974; na Galeria Oscar Seraphico (Brasília), sob o patrocínio da Embaixada da Itália e o apoio de Yvone Giglioli – Embaixatriz da Itália no Brasil –, e mostra de mini-quadros na Galeria Guimar (São Paulo).
1975
Apresenta painéis de cerâmica com temas folclóricos, em colaboração com Eunice Pessoa, no Clube Athletico Paulistano (São Paulo). Pennacchi conheceu a ceramista em uma exposição dela e aceitou sua sugestão de trabalharem juntos. Essa mostra é a primeira da dupla.
A Galeria Emy Bonfim expõe 30 telas de Pennacchi e dez painéis cerâmicos de autoria da dupla Pennacchi-Eunice Pessoa.
Em março, o Paço das Artes e o Museu da Imagem e do Som organizam mostra conjunta sobre Pennacchi e o Grupo Santa Helena: “Pennacchi e alguns artistas do Grupo Santa Helena” (Paço) e “Outros pintores do Grupo” (MIS). Integram a exposição obras de Aldo Bonadei, Alfredo Rizzotti, Alfredo Volpi, Clóvis Graciano, Francisco Rebolo Gonsales, Humberto Rosa, Manoel Martins e Mario Zanini. Pennacchi apresenta 12 obras datadas de 1936 a 1950.
Em setembro, os santahelenistas recebem mostra comemorativa pelos 40 anos do grupo também figuram no Palácio das Artes (Galeria Genesco), em Belo Horizonte. Sob a curadoria de Aurora Duarte e Fábio Porchat, são apresentadas obras de Bonadei, Graciano, Rebolo e Volpi, além de Pennacchi.
1976
O artista doa ao MAC/USP 133 desenhos, entre eles, estudos para murais da capela do Hospital das Clínicas, da Capela da Igreja de São Pedro e São Paulo, do Banco Auxiliar de São Paulo e da Liga das Senhoras Católicas, entre outros.
A Galeria Emy Bonfim realiza individual do artista.
Novamente participa do Panorama da Arte Atual Brasileira / Pintura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, com as obras: Anunciação (1975), Aldeia com balões (1976) e O pão (1976), reproduzida no catálogo.
Em junho, o Museu Lasar Segall apresenta “Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo”, mostra organizada por Lisbeth Rebollo Gonçalves.
1977
Apresenta-se individualmente na Galeria do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (Santos), em exposição de pinturas (das décadas de 1960 e 1970), desenhos afrescos e cerâmica, em mostra inaugural da Galeria Entreartes e na Galeria do Clube Amigos das Artes (São Paulo).
No Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (São Paulo), organiza-se a exposição “Grupo Seibi – Grupo Santa Helena: década 35 e 45”.
1978
Integra o III Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras). A Academus Galeria de Arte Decorações (São Paulo) organiza a mostra coletiva “Pequenas Telas – Grandes Pintores”, da qual o artista faz parte.
1979
Em comemoração aos 50 anos de atividade artística no Brasil, na Galeria de Arte Paulo Figueiredo (São Paulo), ocorre a primeira exposição a dar especial ênfase ao desenho. Em junho, a Galeria Oscar Seraphico (Brasília) também homenageia o artista, apresentando pinturas, desenhos e gravuras.
A Uirapuru Galeria de Arte (São Paulo) apresenta exposição sobre o Grupo Santa Helena.
1980
São realizadas três individuais: na Academus Galeria de Artes Decorações, apresentando 30 telas (São Paulo), na Galeria Samson Flexor (Marília) e na Kattya Galeria de Arte (Salvador).
Nesse ano, em 1982 e 1985, novamente integra o Salão de Artes Plásticas da Noroeste (o IV, V e VI) na Fundação Educacional de Penápolis. Participa também da coletiva “Pintores Paisagistas” na Galeria de Arte André (São Paulo).
1981
Desenhos e estudos são apresentados na Galeria Gerot (São Paulo).
1982
Individual do artista marca a inauguração da nova sede da Galeria André (São Paulo).
Em junho, o Museu de Arte Moderna de São Paulo realiza a mostra “Do Modernismo à Bienal”.
1984
A Galeria de Arte André (São Paulo) homenageia o artista na mostra “Pennacchi – sessenta anos de pintura”. Duas outras individuais realizam-se na Galeria Ars, Artis (São Paulo), apresentando estudos, desenhos e obras em técnica mista, e na Galeria Academus, em Curitiba.
Suas obras são apresentadas na coletiva “Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras”, na Fundação Bienal de São Paulo.
1985
Em comemoração aos 80 anos do artista, são apresentadas três individuais: na Academus Galeria de Arte Decorações (São Paulo), na Galeria Grossman (São Paulo) e no Salão de Convenções do Hotel Bologna, em Campos do Jordão.
Integra o VIII Salão Nacional de Artes Plásticas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O Museu de Arte de São Paulo apresenta 100 obras da coleção Itaú, e a Galeria Ranulpho (São Paulo), a mostra “As mães e a flor na visão de 33 pintores”.
1986
Na cidade natal, na Sala Ex-Archivio Provinciale (Castelnuovo di Garfagnana, Lucca, Itália), realiza-se mostra com 40 obras provenientes das coleções das paróquias de Villa Collemandina e de Castiglione e das coleções particulares de Giovanni Giannotti, Nello Pennacchi dei Capitani e Nicolau Pennacchi dei Cannari e Luigi Suffredini. A exposição tem curadoria de Guglielmo Lera e Nicolau Pennacchi.
São realizadas outras duas individuais de grande importância. A primeira, marcando a inauguração da galeria de arte do Banco do Estado de Minas Gerais (São Paulo) e outra, na Galeria Jardim Contemporâneo, numa iniciativa da Secretaria de Cultura de Ribeirão Preto, quando é recebido como hóspede oficial da cidade. No mesmo ano, apresenta óleos, desenhos e trabalhos em técnica mista no salão de convenções do Hotel Savoy, em Campos do Jordão.
Integra, em São Paulo, as coletivas “Artistas e Futebol”, na Galeria Grossman, e “Tempo de Madureza”, na Ranulpho Galeria de Arte.
Nesse ano e nos três seguintes, participa de coletiva organizada pela Sociarte. As três primeiras edições, são apresentadas no Clube Atlético Monte Líbano (São Paulo) e a última na sede da Ripasa, em Americana.
1987
O artista apresenta-se individualmente na Galeria de Arte André (São Paulo).
É homenageado como patrono do VI Salão de Arte, organizado pela Faculdade São Judas (São Paulo), no qual recebe os troféus “Destaque do Ano” e de “Honra ao Mérito”.
Integra a coletiva de Natal na Galeria de Arte André (São Paulo) e “Seis Figurativos”, na Galeria do Banco do Estado de Minas Gerais (São Paulo).
Participa da “Exposição de Arte Contemporânea”, realizada na Chapel Art Show do Colégio Maria Imaculada (São Paulo). Integrará também as edições de 1988 e de 1989.
1988
Em Curitiba, o artista é contemplado com uma individual na Simões de Assis Galeria de Arte, em junho.
O MAC/USP organiza a mostra “MAC 25 Anos: destaques da coleção inicial”, da qual o artista faz parte com a obra Cena Brasileira. A Ranulpho (São Paulo) também realiza a coletiva “O Circo”. No ano seguinte, a mesma galeria apresenta “Trinta e três maneiras de ver o mundo”.
1989
Realiza-se a última individual do artista em vida, na Galeria Jacques Ardies (São Paulo). No fim do ano, a mesma galeria promove o lançamento do livro Ofício de Pennacchi (Gema Design Editora).
1990
É homenageado na XIV Exposição Cultural dos Imigrantes e no I Salão de Artes da Imigração e Integração, em São Paulo.
Suas obras integram mostra da Associação Paulista de Críticos de Arte, no Jockey Club de São Paulo, além da coletiva, em setembro, da mostra “Homenagem a Israel”, organizada pela Associação Amigos de Israel e a Galeria Grossman (São Paulo). Pennacchi doa algumas obras para a associação beneficente.
1991
São apresentadas obras inéditas do artista, realizadas entre 1928 e 1982, na Galeria Ars, Artis (São Paulo).
1992
Morre em 5 de outubro, depois de longa enfermidade. Está enterrado no cemitério da Consolação (São Paulo), no jazigo das famílias Matarazzo e Matarazzo-Pennacchi.
A Biblioteca Municipal Mário de Andrade realiza a importante mostra “O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas”, apresentando obras da coleção do historiador Sérgio Buarque de Hollanda.
Em dezembro, recebe homenagem no leilão de Natal realizado por Aloísio Cravo (São Paulo).
1993
Desde esse ano, sua obra integra diversos eventos póstumos, a começar pela II Exposição de Artistas Ítalo-Brasileiros no Espaço Cultural Fiat (São Paulo), sob o patrocínio da Fiat do Brasil e o apoio do Consulado italiano, dos institutos Italiano de Cultura e Ítalo-Brasileiro.
1994
Antecedendo a XXII Bienal Internacional de São Paulo, a Fundação Bienal organiza a mostra histórica “Bienal Brasil Século XX”, sob a curadoria geral de Nelson Aguilar.
A Galeria Grossman, em São Paulo, apresenta a mostra “Dentistas e Futebol”.
1995
O Museu de Arte Moderna de São Paulo realiza mostra sobre o Grupo Santa Helena, com curadoria de Walter Zanini, apresentada no ano seguinte no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro).
1996
As obras do artista na coleção do MAC/USP são apresentadas na exposição “Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970”.
1997
“Grandes Nomes da Pintura Brasileira” (Galeria Jô Slaviero) e a coletiva de Natal da Galeria de Arte André, ambas em São Paulo, apresentam obras de Pennacchi.
1998
Nesse ano, a sogra do artista – Condessa Adele Dall’Aste Bradolini in Matarazzo – vem a falecer e é enterrada no Cemitério da Consolação (São Paulo). Horas depois do enterro, o jazigo que desde a década de 1970 é decorado com um anjo de cerâmica de autoria do artista, é depredado num ritual de missa negra.
A Galeria de Arte André organiza a coletiva de Primavera e acontece, no Espaço Cultural Banespa (São Paulo), “Impressões: a arte da gravura brasileira”.
1999
Em São Paulo, duas mostras individuais são realizadas: no Clube Atlético Paulistano e na Galeria Ars, Artis. Na Galeria de Arte Jô Slaviero, também em São Paulo, organiza coletiva de desenhos e aquarelas.
2000
O Museu de Arte Brasileira (Faculdade Armando Álvares Penteado, São Paulo) organiza a importante retrospectiva “Desvendando Pennacchi”, com curadoria de Fábio Porchat. A exposição apresenta uma produção pouco conhecida do artista, proveniente sobretudo da coleção da família.
Três coletivas têm lugar nesse ano, em São Paulo: “Arte Naïf”, na Galeria Jacques Ardies (uma segunda edição ocorre em 2002), “A Figura Humana na Coleção Itaú”, no Itaú Cultural, e “Grupo Santa Helena”, na Jô Slaviero Galeria de Arte.
2001
A obra do artista integra duas exposições: a primeira, no Rio de Janeiro – “Aquarela Brasileira” –, no Centro Cultural Light; a segunda, em São Paulo – “Figuras e Faces”, em A Galeria.
2002
É publicado o livro Pennacchi – Pintura Mural, com texto de Valerio Antonio Pennacchi (Metalivros), em comemoração aos dez anos da morte do artista.
A Dan Galeria (São Paulo) organiza mostra comemorativa do artista, com curadoria de Valerio Antonio Pennacchi. Sua obra integra outras três coletivas em São Paulo: “Modernismo: da Semana de 22 à secção de arte de Sergio Milliet” (Centro Cultural São Paulo), “Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos” (Galeria de Arte do Sesi) e “Santa Ingenuidade” (Faculdade Unifieo).
2003
A importante exposição “Novecento Sudamericano”, com curadoria de Tadeu Chiarelli, é exibida no Palazzo Reale de Milão (Itália), em março, e na Pinacoteca do Estado (São Paulo), em agosto do mesmo ano.
Em julho sua obra é apresentada na coletiva “Olhares sobre Campos do Jordão”, no Hotel Toriba, naquela cidade.
Em dezembro, a mostra “Duas Interpretações da Arte Brasileira” apresenta obras do artista e de seu filho Lucas, sob a curadoria de Valerio Antonio Pennacchi.
2004
Os afrescos do Hotel Toriba, em Campos do Jordão, são tema do ciclo de palestras, organizado por Flávia Rudge Ramos, “A paisagem na pintura e o restauro dos afrescos de Pennacchi”, durante um “workshop” com os palestrantes palestrantes Flávia Rudge Ramos, Julio Moraes, Elza Ajzenberg e Valerio Antonio Pennacchi.
2005
Em São Paulo, em comemoração aos 70 anos do Grupo Santa Helena, ocorrem duas mostras: nos espaços Culturais Vivo e BM&F, a primeira sob a curadoria de Lisbeth Rebollo Gonçalves; a segunda, de Luzia Portinari Greggio.
O Instituto Moreira Salles (São Paulo) apresenta uma produção pouco conhecida do artista na exposição “Os ‘reclames’ de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira”, exibindo 58 projetos de cartazes publicitários realizados nas décadas 1920/1930, integrando atualmente o acervo da instituição. A mostra está programada para outros espaços do Instituto (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Poços de Caldas, Porto Alegre e Curitiba).
Em novembro, em Campos do Jordão, realiza-se o “I Encontro Anual de Artes Visuais”, organizado pela ONG “Ame Campos”. Entre as palestras, duas são dedicadas à obra do artista: “Pennacchi muralista”, por Valerio Antonio Pennacchi, e “Pennacchi e a pintura mural no Brasil”, proferida por José Roberto Teixeira Leite.
5. Bibliografia, Prêmios e Homenagens
Livros Específicos
BARDI, Pietro Maria. Pennacchi. São Paulo: Raízes Artes Gráficas, 1980.
PENNACCHI, Valerio Antonio. Ofício de Pennacchi. São Paulo: Gema Design Editora, 1989.
________. Pennacchi: Pintura Mural. São Paulo: Metalivros, 2002.
________. Pennacchi: Quarenta Anos. São Paulo: Centro de Arte Novo Mundo, 1973.
________. Pennacchi: Quarenta Anos; Álbum com poesias e reproduções. São Paulo: Massao Ohno Editora, 1973.
Enciclopédias, dicionários e livros de coleções públicas
AMARAL, Aracy. Perfil de um acervo. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea, 1988.
AYALA, Walmir. Dicionário de Pintores Brasileiros. Rio de Janeiro: Spala, 1986.
CAVALCANTI, Carlos. Dicionário Brasileiro de Artistas Plásticos. Brasília: Instituto Nacional do Livro; Ministério da Educação e Cultura, 1977-80. (3º vol., 1977)
BARDI, Pietro Maria. 100 Obras do Itaú. São Paulo: Banco Itaú, 1985.
________. Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. São Paulo: Melhoramentos, 1985.
BARROS, Stella Teixeira de. Perfil da Coleção Itaú. São Paulo: Itaú Cultural, 1998.
LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
NOSSO SÉCULO. São Paulo: Abril Cultural, 1980. (vol. 1930/1945 – A Era de Vargas)
PONTUAL, Roberto. Dicionário de Artes Plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
ZANINI, Walter (org.). MAC – Catálogo geral das obras. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea, 1973.
Citação em livros
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Periódicos
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Catálogos
Individuais do artista
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FULVIO Pennacchi – Desenhos. Valerio Antonio Pennacchi (apres.). São Paulo: Galeria Paulo Figueiredo, 1979.
FULVIO Pennacchi. Antônio Zago (apres.). São Paulo: Galeria de Arte André, 1984.
FULVIO Pennacchi: Óleos, Desenhos e Técnicas Mistas. Galileo Emendabili (apres.). São Paulo: Academus Galeria de Arte, 1985.
FULVIO Pennacchi: Telas Recentes. Johanna D. S. Di Bernardi (apres.). São Paulo: Academus Galeria de Arte, 1980.
MOSTRA de Arte na Ranulpho. Ricardo Ramos (apres.). São Paulo: Ranulpho Galeria de Arte, 1987.
MOSTRA de Desenhos e Estudos de Fulvio Pennacchi. Valerio Antonio Pennacchi (apres.). São Paulo: Gerot Galeria, 1981.
OFÍCIO de Pennacchi. Jaques Ardies (apres.). São Paulo: Galeria de Arte, 1989.
OS “RECLAMES” de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira. Antonio Fernando De Franceschi (apres.). Textos de Annateresa Fabris (“Entre arte e mercadoria: uma análise do cartaz publicitário”), Silvana Brunelli Zimmermann (“A inserção de Fulvio Pennacchi na propaganda dos anos 30”), J. Roberto Whitaker Penteado (“A crucial década de 30 na história da propaganda brasileira”) e Gabriel Zellmeister (“Espelho de artista”). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2005.
PENNACCHI: 80 Anos. Léo Grossman (apres.). São Paulo: Galeria Grossman, 1985.
PENNACCHI: pinturas e desenhos, afrescos e cerâmicas. Nazareth Reis Motta Leite (apres.). Santos: Centro Cultural Brasil-Estados-Unidos, 1977.
PINTURAS de Fulvio Pennacchi. Valerio Antonio Pennacchi (apres.). Ribeirão Preto: Galeria Jardim Contemporâneo, 1986.
Coletivas ou menção em catálogos de outros artistas
2º SALÃO Paulista de Bellas Artes. São Paulo: s.c.p., 1935.
40 ANOS: Grupo Santa Helena. Lisbeth Rebollo Gonçalves (apres.). São Paulo: Paço das Artes; Museu da Imagem e do Som, 1975.
I BIENAL do Museu de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: MAM, 1951.
III SALÃO Paulista de Bellas Artes. São Paulo: s.c.p., 1935.
ALDO Bonadei – O Percurso de um Pintor. Lisbeth Rebollo Gonçalves (cur.). São Paulo: Museu Lasar Segall, 1984).
BIENAL Brasil Século XX. Nelson Aguilar (org.). São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994.
EXPOSIÇÃO de Pintura Moderna Brasileiro-Norte-Americana. São Paulo: Departamento de Cultura, 1944.
EXPOSIÇÃO de Pintura Paulista. Ciro Mendes (apres.). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde; Departamento de Imprensa Nacional, 1949.
FAMÍLIA Artística Paulista. III Salão. De São Paulo para o Rio de Janeiro. Sergio Milliet (apres.). Rio de Janeiro: s.c.p., 1940.
FEIRA Nacional das Indústrias. 1º Salão de Arte. São Paulo: s.c.p., 1941.
FIGURA Humana na Coleção Itaú. São Paulo: Itaú Cultural, 2000.
GRUPO Santa Helena. Jô Slaviero (apres.). São Paulo: Galeria de Arte, 2000.
MARIO Zanini. Walter Zanini (apres.). São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 1976.
OITO Pintores do Grupo Santa Helena. Lisbeth Rebollo Gonçalves (apres.). São Paulo: Centro de Artes Novo Mundo, 1973. (Uirapuru Galeria de Arte, mar. 1973).
OPERÁRIOS na Paulista: MAC USP e artistas artesãos. Elza Ajzenberg (org.); Daisy Valle Peccinini de Alvarado (intr.). São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 2002.
REBOLO. Paulo Mendes de Almeida (apres.). São Paulo: Centro de Artes Novo Mundo, 1973.
RETROSPECTIVA de Yolanda Mohalyi. Paulo Mendes de Almeida (apres.). São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1976.
OS SALÕES. Lisbeth Rebollo Gonçalves (cur.). São Paulo: Museu Lasar Segall, 1976. (Ciclo de exposições de pintura brasileira contemporânea)
TRADIÇÃO e Ruptura. Síntese de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1984.
VOLPI 90 Anos. Olívio Tavares de Araújo (cur.). São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1986.
Citações em dissertações e teses
ANDRÉ, Maria Cristina Costa Reis. Catalogação de painéis e murais da cidade de São Paulo. Espaços públicos e semi-públicos. Tese de Doutorado. São Paulo: FAU/USP, 1989.
CHIOVATTO, Milene. Desejos Imigrados. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Escola de Comunicação e Arte. USP.
RAMOS, Flávia Rudge. Pennacchi e seu templo. Dissertação (Mestrado Interunidades em Estética e História da Arte), Universidade São Paulo, 2007.
ZIMMERMANN, Silvana Brunelli. A obra Escultórica de Galileo Emendabili: uma contribuição para o meio artístico paulistano. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, 2000.
Álbuns
GRUPO do Santa Helena. Almeida, Paulo Mendes de Almeida (apres.). São Paulo: Collectio Artes, 1971.
OITO Pintores do Grupo Santa Helena. Lisbeth Rebollo Gonçalves (apres.). São Paulo: Centro de Artes Novo Mundo, 1973.
PENNACCHI – Edição Comemorativa. Francisco Luis de Almeida Salles (apres.). São Paulo: Massao Ohno e Fábio Porchat Editores, 1973. (álbum de desenhos e poesias edição especial de quatro gravuras
Do artista
Ilustrações (em ordem cronológica)
1. Publicidade para a Clamor / Trabalhos de desenho publicitário (1930/32).
2. Logomarca do açougue “Boi de Ouro” (1933)
3. Ilustração para a capa do suplemento especial do Correio Paulistano de 2 de abril de 1936. “Romulus Fundator”
4. Ilustração da capa do programa da peça teatral Santo Francesco, de Mario Ferrigni. Apresentada no Teatro Municipal de São Paulo (1937).
5. Ilustração da capa do jornal “Giovinezza”, São Paulo, 28 out. 1937.
6. Ilustração da capa do catálogo do “II Salão da Família Artística Paulista” (1939)
7. Estudo publicitário para o jornal “Fanfulla” (1940)
8. Ilustração do livro “O Anjo” ( 2ª edição). Rio de Janeiro; Editora Getúlio Costa, 1941.
9. Desenho para a capa do programa da peça teatral “Nina, non Far la Stupida...”, escrito por Arturo Rossato e Gian Capo, com composição musical de Montebello. Apresentado no Teatro Municipal de São Paulo, em benefício da Cruz Vermelha Italiana (1941).
10. Ilustração do livro “Vida de Jesus”, de Plínio Salgado. São Paulo: Panorama, 1944.
11. Ilustrações para a publicação “Salmos Graduais”, em colaboração com o Grupo Ação Católica de São Paulo (Sal Editora), 1948.
12. Ilustração da capa e do artigo “Il buon seminatore italiano”, A Lâmpada: rivista mensale di varietà e cultura italo-brasileira, São Paulo, nº 66, jun. 1956. [O Bom Semeador Italiano (1948)]
13. Flyer do leite em pó infantil “Nanon”, produzido pela Nestlé (1970)
14. Ilustração do artigo “La Famiglia”, A Lâmpada: rivista mensale di varietà e cultura italo-brasileira, São Paulo, nº 303/304, mar./abr. 1976.
15. Ilustra a capa da edição italiana de “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado (1991) [Obra Na Praia (1972, ex coleção Mirante das Artes)]
Artigo em periódicos
“Dois olhos rondam a Bienal”, O Estado de São Paulo, São Paulo, 20 out. 1987.
Depoimentos
“UM PINTOR sem Drama” (1973). In Rebolo. São Paulo: Best Editora, 1987. (Coleção MWM).
FULVIO Pennacchi – Obras. São Paulo: Galeria de Arte André, 1982. [catálogo]
FULVIO Pennacchi – Obras. São Paulo: Galeria de Arte André, 1984. [catálogo]
Filmes e documentários
Documentário sobre a vida e obra de Pennacchi, dirigido por Fábio Porchat. (Medalha de Ouro no Festival Internacional de Documentários de Arte (Guadalajara, México). Realização Secretaria do Turismo, 1973.
Documentário sobre a obra de Pennacchi, dirigido por Pedro Paulo Mendes e Silva, Lucy Cleo de Abreu Duarte e Aurora Duarte, 1980.
Outros
1. LEITE, José Roberto Teixeira. 100 Anos da Pintura Brasileira. Rio de Janeiro: Log On Informática, 1999. [CD-Rom]
2. “VORRAI, fanciullo, venire in Brasile?”, La Garfagnana. Castelnuovo di Garfagnana. Garfagnana, Lucca, 1977. (Resposta do artista a uma carta de um aluno da escola elementar de Villa Collomandina que havia perguntado como era a vida de um imigrante no Brasil)
3. WEB; 20.400 citações.
Prêmios e Condecorações
1. Prêmio Aquisição – II Salão Paulista de Belas Artes, 1935 (Obra Fuga para o Egito)
2. Grande Medalha de Prata – III Salão Paulista de Belas Artes, 1935
3. Grande Medalha de Prata – XLII Salão Nacional de Belas Artes, 1936
4. Medalha de Ouro (reconhecimento pela contribuição artística) – Salão Paulista de Arte Moderna, 1952
5. Prêmio Aquisição – XVIII Salão Paulista de Belas Artes, 1954 (Obra Apresentação da Virgem ao Templo)
6. Medalha de Ouro – I Lucchesi nel Mondo; Lucca, Itália, 1973
7. Medalha Anchieta e Diploma da Cidade de São Paulo, 1973
8. Condecoração “Al Mérito Della República Italiana”, no grau de Comendador da República Italiana, 1975
9. Medalha de Ouro “Pro Loco” Lucca, Garfagnana, Itália, 1975
10. Medalha Mário de Andrade, concedida pelo Governo do Estado de São Paulo, 1979
11. Medalha de Ouro (homenagem e reconhecimento à obra artística) – Castelnuovo, Itália, 1985
12. Prêmio pela contribuição para o desenvolvimento da arte brasileira (durante o VIII Salão Nacional de Belas Artes, concedido pela Presidência da República), 1985
13. Troféus “Destaque do Ano” e “Honra ao Mérito” – Universidade São Judas Tadeu (durante o VI Salão de Artes da instituição, do qual é patrono), 1987
14. Medalha Cristoforo Colombo (reconhecimento ao seu destaque no cenário artístico) – Conselho Cultural Intersocial Italo-Brasileiro, 1988.
[1] De Giotto, falecido em 1337, a Leonardo cuja primeira obra data de 1472 (circa), a pintura italiana mudou completamente. Mesmo antes da formulação de seu conceito, durante aqueles 135 anos se produziu os fundamentos de uma ideologia futura! Entre esses dois gênios mudaram-se as técnicas pictóricas – o óleo substitui a têmpera e a tela a madeira – a paisagem se insere no fundo da obra e os personagens são, quase sempre, retratos adaptados à cena representada. Com Giotto a figura humana assume tal importância que ela passa a ser a protagonista da história retratada; para ele tal como foi para Pennacchi, o valor da obra de arte não reside mais na perfeição técnica da execução, mas na força das idéias que precede sua execução e na focalização do ser humano como elemento central da obra.
A modernidade paradoxal dos primitivos italianos do Trecento e Quattrocento mostram um homem que adquire progressivamente a posse de seu espaço e de seu corpo; além de protagonizar a história contada. A idéia de liberdade é representada antes de sua noção fundamental ter sido mentalmente elaborada nos textos. Poderíamos perguntar: Que fará o homem, uma vez que ele está condenado à liberdade? Tal pergunta nos leva à suposição que a última metamorfose do humanismo é o existencialismo.
“Florentine painting and its Social Background”; F. Antal; Oxford University press; London; 1947.
“L’Homme en perspective – les primitifs d’Italie”; Daniel Arasse; Editions Famot; Genève; 1986.
[2] Il Novecento, neste caso, é aquele representado por Carrà, Sironi, Funi, Rosai e Caracchini; movimento que teve seu início com o chamado “retorno à ordem”, presente na Itália desde os meados dos anos ’10.
“Il Novecento Italiano”; Rossana Bossaglia; Edizioni Charta; Milano; 1995.
“La Toscana e Il Novecento”; Francesca Cagianelli, Rossella Campana, Susana Ragionieri; PACINI Editore, Pisa, 2001.
“Il Novecento Milanese – da Sironi a Arturo Martini”; Elena Pontiggia, Nicoletta Colombo, Claudia Gian Ferrari; Edizioni Gabriele Mazzotta; Milano; 2003.
[3] “Rivista di Archeologia, Storia, Costume”; Guglielmo Lera; Istituto Storico Lucchese; Lucca; Aprile-Giugno, 1984.
[4] “The fascist experience in Italy”; John Pollard; Routledge; London, 1998.
[5] O desenho será uma importante linguagem artística de Pennacchi o qual nunca será abandonado durante toda sua carreira. Parafraseando Jean Ingres (1780-1867), dizia: “…escreverei sobre a porta do meu atelier: escola de desenho, e formarei pintores. O desenho é a grandeza da arte.”
In “Les élevés d’Ingres – L’Occident”; Jean Ingres, Paris, Sept., 1902.
[6] O termo affresco no sentido literal e tradicional significa a pintura sobre um muro preparado com cimento fresco – reboque úmido. É necessário ser muito rápido na execução deste tipo de pintura, pois é necessário executar o trabalho enquanto o reboque ainda está molhado, uma vez que quando aquele terá secado as tintas estarão aprisionados no próprio muro. É o efeito da carbonatação; o hidróxido de cálcio ainda ativo do reboque se mistura com as tintas para transformar-se em carbonato de cálcio.
“Pennacchi – quarenta anos de pintura”; Valerio Pennacchi et al; Graphic; São Paulo; 1973.
“Fulvio Pennacchi”; P M Bardi; raízes; São Paulo; 1980
“Ofício de Pennacchi”; Valerio Pennacchi; Gemma Design Editora e Projetos Culturais; São Paulo; 1989.
“Pennacchi – Pintura Mural”; Valerio Antonio Pennacchi; Metalivros, São Paulo; 2002.
“Os reclames de Fulvio Pennacchi: primórdios da propaganda brasileira”; Antonio Fernando De Franceschi, Annateresa Fabbris, Silvana Brunelli Zimmermann, Gabriel Zellmeister; Instituto Moreira Salles, São Paulo; 2005.
[7] “Pittori Italiani in Brasile”; P.M. Bardi; Fanfulla; São Paulo, 13 Giugno 1954. ...tra i pittori va ricordato il lucchese Fulvio Pennacchi, e in questi tultissimi anni ha avuto uma bella importanza lo arrivo del pittore, che va giudicato senza dubbio come la più seria acquisizione per l’arte brasiliana.
[8] “Le rappel à l’ordre”: O chamado Retorno à ordem nada mais era que um termo genérico que foi amplamente aplicado por toda a Europa; uma clara reação às experimentações das vanguardas (pinturas cubista, futuristas e metafísicas) com a reabilitação da dicção realista, da tradição e da história, do classicismo e da fidelidade figurativa, da celebração áulica e dos valores culturais nacionais. Deste movimento participaram artistas de Picasso a Braque, de Derain a Matisse, de Miró a Dalí, de Schad a Schrimpf, de Carrà a De Chirico, de Campigli a Severini passando por Martini a Sironi.
Seguramente foi um dos mais incompreendidos movimentos artísticos do início do século XX. Apesar de ter raízes na primeira década do século passado, o movimento viria a florescer durante o período 1919 – 1925. A crítica atribui o nome do movimento a Cocteau que publicou, em 1926, textos escritos durante o período 1917 – 1923. Na realidade o pintor e crítico Roger Bissière foi quem utilizou aquele nome, pela primeira vez, por ocasião de sua apreciação sobre uma mostra de Braque, em abril, 1919.
Nas artes plásticas, o altíssimo custo social da traumática pós-primeira-guerra e das suas funestas conseqüências, provocou sérias seqüelas em todos os campos da atividade humana; deu origem a um movimento que defendeu a revitalização do ser humano como figura central nas artes, repetindo-se um fenômeno parecido com a dessacralização da obra de arte já conquistada pelo Renascimento. Era a materialização do desejo de uma existência mais harmônica e calma do que aquela que norteara o radicalismo que teve início nos anos cubistas, com a desconstrução da imagem.
“Mario Sironi – arte e politica in Italia sotto il fascismo”; Emily Brown; Bollati Boringhieri Editore SRL; Torino; 2003.
“La Quadriennale – storia della rassegna d’arte italiana dagli anni trenta a oggi”; Claudia Salaris; Marsílio Editori; venezia; 2004.
“Il ritorno all’ordine”; Elena Pontiggia et al; Abscondita SRL; Milano; 2005.
[9] Carlo Carrà, num discurso nacionalista, escreve: “ ...nós que nos sentimos filhos não degenerados de uma raça de grandes artistas (e.g: Giotto, Paolo Uccello, Masaccio ...) sempre utilizamos a figura e contornos precisos e corpulentos mesmo quando toda a Itália se perdia acariciando as brumas azul-purpúreas do impressionismo que oprimia nosso espírito solar.”
In, “Pittura Metafisica”; Carlo Carrà; Milano; 1919.
[10] Referência bibliográfica parcial:
Pennacchi – Pintura Mural; VA Pennacchi; Metalivros; SP; 2002.
O Grupo Santa Helena; W. Zanini, Marília Saboya de Albuquerque, Cacilda Teixeira da Costa, MAM, SP, 1995.
Ofício de Pennacchi; VA Pennacchi; Gema Design Ed.; SP; 1989.
Fulvio Pennacchi; PM Bardi; Raízes; SP; 1980.
[11] Vide: “Il Ritorno all’Ordine”; a cura di Elena Pontiggia; Abscondita; Milano; 2005.
[12] Sabemos que a vinda para o Brasil, em 1929, de Pennacchi e de alguns outros familiares, foi o resultado das perseguições que a família sofreu durante o período fascista, em virtude da nossa não conformidade para com aquele regime totalitário, pernicioso e corrupto representado pelo “Ras” de Lucca - Carlo Scorza; cuja rápida carreira foi catalisada pela degenerescência que o partido já apresentava.
[13] Vide Alice Brill em seu livro Mário Zanini e seu tempo; Perspectiva, São Paulo,1984, pág. 43.
[14] “Mostra Del Novecento Italiano – Malerba, Funi, Dudreville, Oppi, Bucci, Marrusig e Sironi”; Margherita Sarfatti & Galeria Lino Pesaro; 26.03.1923; Milão.
Por razões análogas àquelas apresentadas na Nota 2, o movimento esvaziou-se por completo quando os políticos quiseram fazer dele a linguagem oficial do partido fascista que queria ressuscitar o Império Romano ...uma operetta!
[15] Luiz Jean Lauand é PhD e Livre Doscente em História e Filosofia da Educação; autor de Filosofia, Educação e Arte entre outros livros e centenas de publicações. Publicou: Fulvio Pennacchi: 60 anos de pintura e sabedoria; Jornal da Tarde, mar., 1987; Pennacchi – Estética da Participação; Folha de São Paulo, out., 1992.