Francisco Rebolo

Francisco Rebolo - Sem Título

Sem Título

desenho
1963
34 x 30 cm
assinatura inf. dir.
Francisco Rebolo - Favela

Favela

óleo sobre eucatex
1965
75 x 55 cm
assinatura inf. dir.
Participou da Retrospectiva do artista "40 Anos de Arte", Fundação Cultura do DF, 1973.
Francisco Rebolo - Natureza Morta

Natureza Morta

óleo sobre tela
1940
63 x 77 cm
assinatura inf. esq.
Com etiqueta da Retrospectiva Rebollo 40 anos de Arte, realizada FCDF Fundação Cultural do Distríto Federal Realizada nos dias 20/11 á 09/12/1973, Brasília. Reproduzido no Livro da mesma Retrospectiva, na pág. 28. Reproduzido na pág. 102 do Livro do Artista prefácio Olívio Tavares de Araújo ensaio Elza M. Ajzemberg cronologia Lisbeth Rebollo editor Emanoel Araújo. E etiqueta do Museu Lasar Segall. Ex. Coleção Itamar Castello.
Etiqueta do Museu Lasar Segall.
Francisco Rebolo - Sem Título

Sem Título

óleo sobre placa
1941
48 x 30 cm
assinatura inf. dir.
Francisco Rebolo - Sem Título

Sem Título

óleo sobre placa
24,5 x 31 cm
assinatura inf. dir.
Francisco Rebolo - Sem Título

Sem Título

óleo sobre algomerado de madeira
1968
65 x 100 cm
assinatura inf. dir.
Francisco Rebolo - Menina Sentada

Menina Sentada

óleo sobre placa
1968
65,5 x 47,5 x 1,5 cm
assinatura inf. dir.

Francisco Rebolo (São Paulo SP 1902 - idem 1980)

Pintor e gravador.

Francisco Rebolo Gonsales iniciou seus estudos em artes na Escola Profissional Masculina do Brás, onde tem aula de desenho com o professor Barquita, entre 1915 e 1917. Aos 14 anos, trabalha como aprendiz de decorador de paredes. Paralelamente à sua atividade como decorador, atua como jogador de futebol, passando pela Associação Atlética São Bento, de 1917 a 1922, pelo Sport Club Corinthians Paulista, de 1922 a 1927, e pelo Clube Atlético Ypiranga, de 1927 a 1934. Em 1926, monta ateliê de decoração na Rua São Bento. A partir 1933, transfere seu ateliê para uma sala no Palacete Santa Helena, quando inicia-se na pintura. A partir de 1935, partilha seu ateliê com Mario Zanini (1907 - 1971). Posteriormente, outras salas do Palacete são transformadas em ateliês e ocupadas por vários pintores, entre eles Fulvio Pennacchi (1905 - 1992), Bonadei (1906 - 1974), Humberto Rosa (1908 - 1948), Clóvis Graciano (1907 - 1988), Alfredo Volpi (1896 - 1988), Rizzotti (1909 - 1972) e Manoel Martins (1911 - 1979). Mais tarde, este grupo de artistas passa a ser denominado Grupo Santa Helena. Rebolo desenvolve uma obra pautada na figuração, mas, a partir da década de 1950, esboça algumas experiências no abstracionismo e posteriormente no construtivismo. Em 1937, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra a Família Artística Paulista - FAP. Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual é diretor por várias vezes. Com prêmio de viagem ao exterior, obtido no 3º Salão Nacional de Arte Moderna, embarca para a Europa em 1955. Em 1956, faz curso de restauração no Vaticano, participando da recuperação de uma obra de Raphael (1483 - 1520). A partir de 1959, incentivado por Marcelo Grassmann (1925), inicia uma série de experiências como gravador.

O menino e a carroça

O menino caminhava pelas ruas esburacadas do velho bairro do Morumbi, onde morava, numa chácara, em companhia de seus pais, imigrantes espanhóis que vieram ao Brasil em busca de um futuro melhor, mas viviam aqui a mesma miséria que deixaram do outro lado do Atlântico.

A preocupação tomava conta de sua mente, mas não a ponto de desorientá-lo. Na noite anterior, surpreendera os pais numa conversa sombria em que tentavam buscar uma solução para a crise financeira que, a esta altura, chegara a um ponto em que não havia dinheiro nem mais para atender as necessidades básicas da família.

Sentindo-se já um adulto, do alto de seus doze anos, o guri saiu de casa, sem avisar os pais e foi a busca de trabalho, qualquer coisa que os ajudasse a sair dessa situação aflitiva.

Nisto, passou por ele uma carroça, levando uma carga de tijolos e seus olhos brilharam:

"Vou seguir esta carroça. Onde ela parar, com certeza haverá trabalho."

Com efeito, pouco mais adiante, o veículo parou diante de uma construção quase terminada, já em fase de acabamento.

"Que é que você sabe fazer?" perguntou-lhe o empreiteiro.

"Tudo!", respondeu ele com resolução.

Dava para perceber, à primeira vista que, exceto a boa vontade, a resposta era um exagero sem limites, mas o homem notou nele uma disposição que o impressionou. Deu-lhe uma lata de tinta e um pincel, experimentando sua habilidade na pintura de portas e venezianas.

Foi a primeira obra de Francisco Rebolo Gonzales, que mais tarde viria a tornar-se um referencial importante da pintura brasileira, um dos criadores do Grupo Santa Helena e incentivador de vários outros nomes, como Alfredo Volpi e Mário Zanini.

O talento do "baixinho"

Francisco Rebolo Gonzales nasceu em São Paulo no ano de 1902 e faleceu na mesma cidade em 1980. Ainda criança, enquanto cursava o primário, saia à cata de alguns "bicos", obtendo trocados, o suficiente para ajudá-lo nas despesas com os estudos.

Tinha 15 anos quando, após as primeiras experiências com a pintura de paredes, conseguiu um emprego efetivo como aprendiz de uma oficina de decoração, desenvolvendo o talento na ornamentação de igrejas e também de casas, onde era comum a pintura rococó, cheia de floreados e exageros.

Não acreditava, porém, que essa fosse sua arte e, na primeira oportunidade que surgiu, abraçou a carreira de jogador de futebol, entrando para o time do Corinthians, onde chegou a ganhar o Campeonado do Centenário da Independência do Brasil, em 1922.

Com 1,62m de altura, Rebolo foi um dos "baixinhos" que fizeram ou fazem furor no futebol, surgindo sempre de surpresa e desnorteando seus adversários com a rapidez dos movimentos e com a facilidade em se desvencilhar da marcação.

Como o futebol de antigamente, no peito e na raça, não dava para as despesas, o tempo livre era aproveitado para prosseguir no trabalho de decoração, que nunca abandonou, e que lhe foi o esteio, quando, em 1934, desligou-se do esporte para dedicar-se à pintura, montando um escritório na rua de São Bento.

O Grupo Santa Helena

Bem mais tarde, Rebolo associou-se a Alfredo Volpi, como ele, pintor de paredes, e alugou uma sala no Palacete Santa Helena, ao lado da Catedral de São Paulo, esta ainda em construção, na Praça da Sé.

Chamá-lo de palacete era um exagero. O prédio, de poucos andares, construído antes que o cimento armado tivesse chegado ao Brasil, abrigava um luxuoso cine-teatro, com palco, frisas camarotes e uma fina decoração que incluía esculturas e até um afresco pintado na abóboda central.

Mas, de há muito que aquele pedaço da cidade se deteriorara. A arte paulistana mudou-se para a Cinelândia, na esquina da Avenida Ipiranga e Avenida São João, levando também para o outro lado do Vale do Anhangabaú os escritórios e as lojas mais chiques. O Cine Santa Helena passou a exibir filmes de segunda categoria e as salas do prédio, sem interessados, passaram a ser alugadas pelo preço de alguns tostões.

Para os artistas plásticos incipientes, juntou-se a fome à vontade de comer. As salas eram amplas, em lugar silencioso, e distantes apenas um quarteirão da Escola Paulista de Belas Artes, permitindo um contato com alunos mais adiantados, e até com professores.

Entre os mestres, estava Paulo Rossi Osir, com formação totalmente européia, o qual não só ajudou a desenvolver o Grupo Santa Helena, como também montou um ateliê de decoração, o Osirarte, onde dava trabalho aos artistas participantes desse núcleo.

O Grupo Santa Helena, de que Rebolo era a peça principal, teve grande importância no desenvolvimento das artes, inclusive com a organização da Família Artística Paulista, que realizou uma série de coletivas, fazendo oposição aberta aos Salões de Maio, estes realizados por artistas melhor situados na vida, os quais se recusavam a abrir espaço para os artistas "operários".

Um reconhecimento que demora a chegar

Em 1944, Rebolo arrisca-se a fazer sua primeira individual na Livraria Brasiliense, mas, a despeito do sucesso, nesta e em outras exposições, somente dez anos após, em 1954, é que pode ser efetivamente notado, quando ganhou um prêmio de viagem à Europa, no 3º Salão Nacional de Arte Moderna.

Foi a grande oportunidade, bem aproveitada, para aperfeiçoamento de sua arte, numa turnê, em companhia da família, percorrendo Itália, Espanha, Alemanha, França, Áustria e Holanda, além de participar de um curso de restauração no Museu do Vaticano.

Sem perder a simplicidade, o Rebolo que retorna ao Brasil é outro, bem mais amadurecido. Sua pintura continua de linhas planas, formas reduzidas ao mínimo exigido na arte figurativa, mas nota-se uma técnica bem mais desenvolvida e menos ingênua.

Daí em diante, registra-se uma sucessão de exposições, de entrevistas e de encomendas. É a consagração, com a qual jamais sonhara mas que, ainda que tardia, chegou à sua vida.

Morumbi, o seu pedaço de terra

Ganhando não apenas status, como também uma condição financeira mais sólida, Rebolo pôde realizar um dos sonhos de sua vida. Construiu uma confortável casa no bairro do Morumbi, a cinqüenta metros da antiga chácara em que passou sua infância de privações.

Foi lá que veio a falecer, aos 79 anos de idade, no dia 10 de julho de 1980. A antiga vila de chacareiros já se tornara então um dos mais ricos e populosos bairros de São Paulo, o que não lhe tolheu os costumes do menino pobre, que ali nasceu e passou sua infância.

Sua filha, Lisbete Rute Rebolo Gonçalves, doutora em Museologia pela Universidade de São Paulo, tem se incumbido de preservar-lhe a memória. Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea e Presidente da ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte). Atualmente, encarrega-se de preparar as comemorações do Centenário de Rebolo, que devem realizar-se em 2002.

A garupa da Galatéia

Francisco Rebolo Gonzales, ex-jogador do Corinthians, meio espanhol, meio caboclo, em muito faz lembrar outro espanhol e corintiano, o folclórico ex-presidente do clube, Vicente Mateus. Como ele, passou a vida criando histórias em torno de si mesmo, algumas verdadeiras, descontado o exagero outras criadas por ele próprio, lançando uma névoa folclórica em torno de sua biografia.

Certa vez (ele jurava ser verdade), Rebolo foi, com sua moto Galatéia, buscar a pintora Djanira, que se achava em algum ponto de São Paulo, para levá-la na garupa até a casa do Morumbi.

Já próximos da residência, desabou um enorme temporal e as ruas, de terra batida, tornaram-se quase intransitáveis. Em um determinado ponto, Rebolo pediu a Djanira que saltasse por alguns momentos e ele mesmo, atolado no barro, empurrou o veículo pelo meio de um charco.

Vencido o obstáculo, subiu de novo na moto e seguiu viagem até sua casa, onde a esposa o recebeu com o maior espanto: "Mas, e a Djanira, onde está?"

Djanira havia ficado para trás dentro do charco e teve de completar a viagem a pé, no meio da lama.

Comentário Crítico

Filho de imigrantes espanhóis de origem humilde, Francisco Rebolo entra em contato com a pintura no ofício de pintor-decorador. Crescendo no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo (SP), cedo precisa trabalhar. Em 1915, emprega-se como aprendiz de decorador de paredes. Entre 1915 e 1917, freqüenta o curso de iniciação ao desenho na Escola Profissional Masculina do Brás. Ajuda na decoração das Igrejas de Santa Cecília e Santa Efigênia, onde faz pintura mural imitando couro e mármore. A partir de 1917, passa a trabalhar independentemente como pintor de residência, realizando frisos decorativos de diversos estilos. Em 1926, monta escritório na rua São Bento. Entre 1917 e 1934, Rebolo desenvolve relativa carreira de sucesso no futebol paulistano, jogando no Sport Club Corinthians (é responsável pela elaboração definitiva do emblema do clube na década de 1930).

A partir dos anos 1930 a pintura de cavalete começa a ter crescente importância na vida de Rebolo. Em 1935 convida o pintor Mario Zanini (1907 - 1971), com quem tem aulas informais de desenho desde 1933, a partilhar com ele uma sala-ateliê no Edifício Santa Helena, na Sé, no qual se instala em 1933. Outros artistas como Fulvio Pennacchi (1905 - 1992), Bonadei (1906 - 1974), Humberto Rosa (1908 - 1948), Clóvis Graciano (1907 - 1988), Alfredo Volpi (1896 - 1988) e Manoel Martins (1911 - 1979) juntam-se a eles para dividir o aluguel das salas e as sessões de modelo vivo (no ateliê e na Escola de Belas Artes), trocar conhecimentos técnicos e históricos sobre pintura e organizar excursões às regiões periféricas da cidade nos fins de semana para praticar a pintura de paisagem ao ar livre. Dessa forma, surge o que veio a ser conhecido como o Grupo Santa Helena, do qual Rebolo torna-se um dos expoentes.

A despeito das diferenças pessoais, unia-os a ênfase no domínio da técnica da pintura e uma posição estética intermediária entre o academismo e o primeiro modernismo dos anos 1920. Nesse sentido o Grupo Santa Helena é associado a algumas correntes italianas como o Novecento e o grupo Valori Plastici, defensores da integração entre as conquistas impressionistas e pós-impressionistas - principalmente Paul Cézanne (1839 - 1906) - e a tradição da pintura italiana.1 Essas idéias eram divulgadas no Brasil por artistas italianos ou de formação italiana como Rossi Osir (1890 - 1959), Vittorio Gobbis (1894 - 1968) e Hugo Adami (1899 - 1999), mas também por revistas, livros e importantes exposições de arte estrangeira realizadas no período. No caso de Rebolo, esse salto em direção a um conhecimento mais consciente da história da arte deve-se muito ao contato com o crítico e intelectual Sérgio Milliet (1898 - 1966), com quem troca quadros por livros e do qual se torna amigo íntimo.

Mais conhecido como pintor de paisagens, Rebolo também se dedica à pintura de naturezas-mortas, de retratos e auto-retratos, de cenas urbanas e suburbanas. Sua produção pictórica se desenvolve sem saltos e permanece unitária em vários aspectos, por exemplo, no uso da paleta rebaixada rica em matizes. Nesse sentido, Milliet o define em 1941 como "mestre do meio-tom". No decorrer dos anos 1940, as manchas de cor mais ou menos difusas que servem a representação de seus temas no início de sua carreira cedem lugar a massas coloridas e bem definidas, e os quadros passam a se estruturar mais fortemente como campos distintos de cor. Desde o início, chamam a atenção a empatia e o olhar lírico e sem dramas de Rebolo ao focalizar as paisagens dos arrabaldes e as cenas urbanas.

É com um quadro de influências construtivas, estruturado em planos geométricos e pintado em preto-e-branco, Casas da Praia Grande ou Casario (1954), que Rebolo curiosamente recebe o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954. Passa dois anos na Europa com a família, percorrendo países como Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Itália, onde estabelece residência. Da fase européia, surgem trabalhos de grande rigor geométrico na estruturação formal e sob a influência de tons típicos da arquitetura italiana como os tons de ocre e terra e o vermelho pompeano de obras como Ravena (1956), Roma (1956), Veneza (1958) e Suzy (1959), pintado no Brasil. Após uma crise momentânea, Rebolo começa a dedicar-se à gravura, nos anos 1960, com orientação do amigo Marcelo Grassmann (1925). Busca experimentar novos materiais e nos anos 70 faz uso da tinta acrílica, tornando suas pinturas mais estilizadas e chapadas. Até o fim da vida nunca abandona a figuração e, principalmente, a pintura de paisagem.

Notas
1 ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 372.

Críticas

"Rebolo (...) é um dos mais talentosos pintores do Grupo Santa Helena. Paisagista antes de mais nada, caracteriza-se a sua arte pelo matizamento do colorido. Rebolo é um mestre do meio-tom. É por isso mesmo um pintor dos recantos humildes, com preferências marcadas pela atmosfera suburbana. Céus de bruma, casas simplórias, colinas bem penteadas, hortas e jardins rústicos, eis o ambiente de suas telas que primam pela sensibilidade. Rebolo não é um intelectual, despreza as teorias complicadas e só acredita na experiência humana do pintor. (...) Também o seduziram as naturezas-mortas e principalmente as flores, que interpreta sempre com bastante finura. Mas além de artista é Rebolo um companheiro muito querido de todo o grupo modernista de São Paulo. Pela sua simplicidade, pela sua probidade, conquistou e conserva as simpatias de todos. Autodidata, seus progressos ininterruptos mostram quanto vale um esforço sério a serviço do talento natural. (...) Premiada nos salões oficiais, sua arte revela-se acessível ao grande público; recebida nos salões mais avançados, evidencia-se também suscetível de convencer pela originalidade e pela liberdade de fatura".
Sérgio Milliet
MILLIET, Sérgio. Pintor dos Recantos Humildes. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 105. [Texto publicado originalmente em Suplemento de O Estado de São Paulo, São Paulo, 1941].

"Para Rebolo, a paisagem sempre foi a fiel inspiradora de sua arte. Plantando seu cavalete em pleno campo (...) procurou ele na natureza silvestre aquilo que seu delicado estro de artista não encontrava no mundo artificial da cidade. A vida urbana, ele sempre a viu pelos seus arrabaldes proletários... Sem o saber, fez o mesmo que os impressionistas muitos anos atrás: fugia do ambiente cosmopolita para ir buscar no campo a atmosfera vibrante do ar livre. Enquanto os acadêmicos permaneciam em seu ateliê aprimorando a cor de cobre de suas panelas domésticas, Rebolo corria a se encontrar com a matéria viva e ´entrar na realidade da vida´, como ele próprio diz. Mas o Rebolo paisagista e ingênuo cedia aos poucos lugar ao pintor que a cada dia ia ganhando em profundidade intelectual. A certa altura, ele se lança à figura. Depois à natureza-morta. Em breve aos desenhos mais refletidos. Começava a sentir a necessidade da disciplina composicional. Só aí é que esse autodidata de roça vem a saber o que representa um Cézanne. Mas ele se julga feliz por ter sido um ´selvagem´. Afirma, com alguma razão, que a isso deve o nunca ter sido contaminado pelos vícios que põem tanta gente a perder".
Walter Zanini
ZANINI, Walter. Na Realidade da Vida. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 116 . [Texto publicado originalmente em O Tempo, 14/09/1952].

"Rebolo Gonsales, como artista do nosso pós-impressionismo, é o protótipo de espécime artesanal que chamaríamos o pintor ´paulistano´, paralelo ao espécime estético do pintor ´paulista´. Como artesão, aliás, é duma rara probidade retrospectiva e prospectiva. Prepara os suportes, guarda e escolhe as telas, sensibiliza-as com a ação do tempo e do magma, para em seguida programar os temas e ajustar-lhes os pigmentos. (...) Os seus pigmentos são pessoais, no sentido de resultarem de escolhas, preferências, sínteses, pincéis, espátulas, velaturas, gamas e cambiantes. A tal respeito, a sua paleta é rica e está sempre a serviço de materiais sensoriais, quase táteis. Não seria figura de retórica nem vezo analógico situá-lo entre os nossos primeiros ´fauves´, pela vibração de atmosferas. Constitui a sua obra, ao lado da de Volpi, Gomide, Zanini e De Fiori, uma agradável cosmogonia bairrista, quase local, de uso amplo, porém, desde a visualização do litoral vicentino até os acidentes do Tietê. Pintor paulista e paulistano de tal porte que é ipso facto pintor nacional. Dos que melhor conhecem o métier e sensibilizando-o à sua maneira específica".
José Geraldo Vieira
VIEIRA, José Geraldo. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 118 [Texto publicado originalmente na Folha Ilustrada, São Paulo, 10/09/1965.]

"O registro do cotidiano realizado por Rebolo tem o caráter de um diário íntimo que se abre ao leitor para ser completado e manter o diálogo: 'homem e o mundo ao redor' ou 'homem-natureza'. Os registros procurados são os mais simples e prosaicos. Procura documentar a própria vivência, de uma maneira pessoal. É desta forma que registra, da janela do seu atelier no Santa Helena, São Paulo que começa a crescer, produzindo documentos preciosos de um período de transição da paisagem urbana, como nas obras Rua do Carmo, de 1936, e Praça Clóvis, de 1944 - observação direta e simples de pessoas pacatas e de uma cidade que se transforma.

De meados dos anos 30 até fim dos anos 40, tem preferências pela realização de paisagem ao ar livre. A opção é pela pintura de cidades do interior do Estado ou do litoral e, de preferência, da região suburbana de São Paulo (...).
(...)
Do fim dos anos 40 até a década de 50, passa aos poucos para a produção em atelier. Prefere um esquema visual, livre e intuitivo, e não matemático. Apesar disso, constata-se nas suas composições segurança estrutural e tendência de retormar soluções semelhantes. Desde os primeiros trabalhos até a última fase, Rebolo mostra aguda sensibilidade na composição de suas obras, equilibradas como se seguisse um esquema secreto, preconcebido. São correntes, desde o começo de sua carreira, o esquema triangular e o aparecimento de três elementos em destaques, como um conjunto de árvores, uma estrada, um morro ou árvores, pessoas ou animais. Na obra Bois e Coqueiros, de fase posterior, de 1967, o aparecimento do conjunto de três elementos - casas, bois e coqueiros - é tão enfático que compete com os demais elementos da composição.
(...)
Depois de uma grande despedida no 'Clubinho', parte com a família, por dois anos, para a Europa. Com a viagem vêm as visitas aos museus, ateliers e a execução de novas obras. A arquitetura italiana motiva-o a realizar obras de maior rigor. A própria força da arquitetura renascentista orienta a construção de fachadas bem estruturadas e que acompanham as tonalidades típicas da arquitetura romana: ocres, terras. A obra Roma, de 1956, assegura a disciplina do olhar e o lirismo da 'cidade eterna'. Da visita a Pompéia fica a marca do famoso vermelho pompeano que aparece em várias paisagens européias como, por exemplo, Ravena, de 1956, que se afasta de uma construção rígida e aproxima-se de uma composição 'fauve'. Na volta, em agosto de 1957, expõe as telas pintadas na Europa no Museu de Arte Moderna. Comenta que se renovou, como se tivesse tomado um banho de juventude. Na obra Suzy, de 1959, indica que mantém recordações do período europeu, associando o rigor formal a variantes do vermelho pompeano na visão poética da filha que toca flautinha.

Aos 60 anos de idade, é temporariamente obrigado a afastar-se da pintura, depois de ter sofrido um infarto. Deixa de lado as tintas e passa a desenhar. Recuperado, nos anos 60 a pesquisa da matéria é sua marca fundamental. Diante da insistência de Marcelo Grassmann, elabora uma série de gravuras, à procura de novos desdobramentos. De 1960 a 1965, a influência da gravura se traduz por um leve 'farfalhar' das cores. Mas inspiração para esse tipo de pintura, assinala Rebolo, vem da contemplação de pinturas etruscas, marcadas pela história: com partes intactas ao lado das formas corroídas pela tempo. Para o pintor, as partes descascadas desta pintura sugerem novas formas e constituem fonte para novas concepções.
(...)
No final dos anos 60 elimina o preto, deixando reaparecer as cores claras. Nos anos 70 retoma as linhas de estrutura e diminui a textura, chegando até as cores chapadas. Promove um retorno ao toque mágico dos primeiros tempos - um anel lírico, marcado pela finalidade e inquietação, em que pontos de chegada se aproximam do ponto de partida. Nos últimos anos viaja por diversos Estados brasileiros, registrando lugares típicos e a luminosidade que distingue esse lugares".
Elza Maria Ajzenberg
AJZENBERG, Elza Maria. O artesão da cor. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 41-43 e 46-48.

"Em dois períodos de sua vida artística Rebolo dedicou-se à gravura: de 1959 a 1962, trabalhou mais de vinte matizes de xilogravura e, nos últimos anos, apresentou-nos outro tanto de águas-fortes.

A utilização da xilogravura não chega a constituir novidade em sua obra, porque representa uma continuação, com novos recursos, das monotipias, processo considerado por muitos como aparentado com a gravura e que Rebolo praticava há muito tempo.

Na realidade, a xilogravura passou a se constituir num processo mais extensívo e durável para a continuação dos trabalhos já iniciados com as monotipias. Voltando à gravura, a partir de 1970, Rebolo passou para o metal e conseguiu, no cobre, uma nova simbiose ao aquarelar suas águas-fortes.
(...)
Não obstante, talvez o mais importante a ser destacado, no caso das gravuras de Rebolo, é que elas podem ser e são apreciadas por sua condição de gravuras, independentemente da intenção original do artista, que era de servir-se delas como um instrumento tradicional para o desenvolvimento de sua pintura. Submetidas as placas aos processos de impressão tradicionais e mantendo-se as tiragens desprovidas de acréscimos que o artista emprestou às primeiras provas, tem-se a constatação de uma qualidade altamente definida, como e enquanto gravuras. E a apreciação nos revela o Rebolo gravador, com recursos muito próprios e livre de deformações amaneiradas dos profissionais da gravura".
Marcelo Grassmann
GRASSMANN, Marcelo. A presença da gravura. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 150.

"Esta permanência no exterior proporciona ao artista novas experiências: 'foi realmente uma das coisas importantes de minha vida, pois fiquei na Europa durante dois anos, fazendo cursos, em contato com museus e freqüentando os meios artísticos. Confesso que a grandeza das obras que tive ocasião de ver chegaram a intimidar-me, logo que voltei, mas acabei absorvendo novos elementos para minha pintura, devido ao impacto que tive entrei numa fase de pesquisas e experiências, por volta de 1960, que vieram dar no meu trabalho atual' ".
Celia Lucia Rodrigues Torres Parahyba Campos
CAMPOS, Celia Lucia Rodrigues Torres Parahyba. Rebolo: uma poética da paisagem. 1990. 159 f. Tese (Mestrado em Artes) - Escola de Comunicação em Artes, Universidade São Paulo. São Paulo. p. 21.

Depoimentos

"Antes da pintura, o futebol já tinha marcado minha vida. Como no futebol, acho que na arte deve-se fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e entusiasmo, para poder se emocionar e emocionar outras pessoas.

Ainda como jogador de futebol eu preferia as rodinhas de artistas, no Café Paulista da Praça Antonio Prado ou no Café Guarani, na Rua XV de Novembro. Depois de alugar uma sala no 'Santa Helena', comecei a ter mais contato com artistas, alguns já formados, outros principiantes, e isso foi benéfico para meu desenvolvimento como pintor. Todos nós pintávamos com idéias novas na cabeça, querendo fugir ao mau gosto e às deformações reinantes na arte, e tínhamos uma coisa bastante definida: a vontade de estudar e aprender a pintar.

Foi la no 'Santa Helena', mesmo, que os intelectuais e críticos foram nos descobrir. Sérgio Milliet, um dos meus amigos mais íntimos, foi dos primeiros, juntamente com Mário de Andrade, Paulo Magalhães, Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Alfredo Mesquita, Quirino da Silva e muitos outros. Todos foram importantes para que eu me tornasse mais conhecido e me estimularam a continuar pintando. Para mim, esse estímulo sempre foi muito benéfico.

Foram muitas as lutas. Uma das principais foi a que provocou o reconhecimento, em todos os setores da população, da importância da arte moderna, que até começos da década de 40 ainda não era vista com bons olhos. Lutamos, também, por uma atitude profissional do artista; transformamos a Associação de Belas Artes em Sindicato dos Artistas Plásticas e Compositores Musicais e tentamos aglutinar os artistas em torno da defesa de seus interesses, instituindo o imposto sindical e todas essas coisas. Eu sempre achei que o artista, como todo profissional digno, deve viver do seu trabalho e poder dedicar-se a ele integralmente. Por isso, fico satisfeito constatando que hoje uma parte dos artistas com algum lastro já vive da sua arte e voltados para ela.
(...)
Muito importante, para mim, foi também o prêmio de viagem, que me possibilitou viver dois anos na Europa e me criou uma necessidade ainda maior de experimentar coisas novas na minha pintura. Voltando de lá, em 1957, vivi um período muito rico de pesquisas e acho que elas foram decisivas para minhas fases posteriores, inclusive a atual".
Francisco Rebolo
REBOLO, Francisco. Registro Pessoal/Rebolo depõe. In: REBOLO. Prefácio de Olívio Tavares de Araújo. Textos de Antonio Gonçalves de Oliveira e Elza Maria Ajzemberg. Editor Emanoel Araújo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK). p. 150.

Exposições Individuais

1939 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria Itá
1944 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Brasiliense
1946 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itapetininga
1955 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP
1957 - Roma (Itália) - Individual, na Embaixada do Brasil
1957 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1961 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte K.L.M.
1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1966 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: guaches e desenhos, na Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo
1967 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria 4 Planetas
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Comodoro
1973 - Brasília DF - Francisco Rebolo: retrospectiva, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1973 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Intercontinental
1973 - São Paulo SP - Rebolo: 40 anos de pintura, no MAM/SP
1974 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1974 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS
1974 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Rebolo 75, na A Galeria
1976 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1977 - Fortaleza CE - Rebolo: marinhas, paisagens e flores, na Galeria Sharp
1977 - Santos SP - Individual, no CCBEU
1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte André
1979 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1936 - Rio de Janeiro RJ - 42º Salão Nacional de Belas Artes, no Instituto Previdência - medalha de bronze
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de ouro
1936 - São Paulo SP - Exposição de Pequenos Quadros, no Palácio das Arcadas
1937 - Rio de Janeiro RJ - 43º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1937 - São Paulo SP - 1ª Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel de São Paulo
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá
1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista com integrantes do Grupo Santa Helena, no Palace Hotel
1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1940 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - grande medalha de prata
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty
1943 - São Paulo SP - Exposição Anti-Eixo, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - Nelson Nóbrega, Clóvis Graciano e Francisco Rebolo, na Galeria Itá
1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1944 - São Paulo SP - 8º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - Anita Malfati, Clóvis Graciano, Hilde Weber, Nelson Nóbrega, Francisco Rebolo e Alfredo Volpi, na Galeria Jaraguá
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na, Galeria Prestes Maia
1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - São Paulo SP - 2ª Exposição Francesa, na Galeria Prestes Maia
1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti
1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá
1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba
1946 - Santiago (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1946 - Valparaíso (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas
1947 - São Paulo SP - Exposição Circulante de Artes Plásticas, na Divisão Moderna
1948 - Rio de Janeiro RJ - Pintores Paulistas, no MEC
1948 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus
1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista
1949 - São Paulo SP - 13º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos - 1º Prêmio Mário de Andrade
1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus
1951- São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio aquisição
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte de São Paulo, no MAM/SP
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - Brasília DF - 2º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria 4 Planetas
1967 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois, no Auditório Itália
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1971 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - Temática Brasileira, no Paço das Artes
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - São Paulo SP - Oito Pintores do Grupo Santa Helena, no Uirapuru Galeria de Arte
1973 - São Paulo SP - São Francisco de Assis, na Azulão Galeria
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - 40 Anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP
1976 - Campinas SP - Aspectos do Modernismo no Brasil, na Centro de Convivência Cultural de Campinas
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB/Faap
1978 - Ribeirão Preto SP - 3º Salão de Artes de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura
1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha
1978 - São Paulo SP - 16ª Arte e Pensamento Ecológico, na Cetesb
1978 - São Paulo SP - A Paisagem na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - Os Grupos, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Desenhos dos Anos 40: homenagem a Sérgio Milliet, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte

Exposições Póstumas

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1980 - São Paulo SP - 44º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1980 - São Paulo SP - Destaque do Mês, na Pinacoteca do Estado
1980 - São Paulo SP - Pintores Paisagistas, na Galeria de Arte André
1981 - São Paulo SP - Coleção Biblioteca de Arte, na Casa das Retortas
1981 - São Paulo SP - Mostra de Gravuras, no Spazio Pirandello - homenagem do Clube do Corinthians
1981 - São Paulo SP - Rebolo e os Pintores do Santa Helena, na Dan Galeria
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: gravuras, no Spazio Pirandello
1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Presença e Arte
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - Destaque no evento Este Mês no MAC, no MAC/USP
1985 - São Paulo SP - Rebolo, O Artesão da Cor, no Museu Lasar Segall
1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ
1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no MAM/RJ
1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP
1996 - Osasco SP - Expo FIEO: doação Luiz Ernesto Kawall, no Centro Universitário Fieo
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP
1997 - Brasília DF - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa Galeria
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte
2002 - São Paulo SP - Arte e Política, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi
2002 - São Paulo SP - Paisagens do Imaginário, na Nova André Galeria
2002 - São Paulo SP - Rebolo 100 Anos, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Cultural Vivo
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

Fonte: Itaú Cultural e Textos de Paulo Victorino