Francisco Da Silva

Francisco da Silva (Alto Tejo AC 1910 - Fortaleza CE 1985)

Pintor e desenhista.

Francisco Domingos da Silva, também chamado por "Chico da Silva" ou "Xico da Silva" começou a desenhar a carvão e giz sobre muros e paredes de casebres de pescadores por volta de 1937, em Fortaleza (Ceará). Na década de 40, sob o incentivo do crítico e pintor suíço Jean Pierre Chabloz, inicia-se na pintura à guache e juntamente com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, expõe na Galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, em 1945. Entre 1961 e 1963, trabalha no recém-criado Museu de Arte da UFCE. Depois de permanecer quatro anos internado em um hospital psiquiátrico, volta a pintar em 1981. 

Críticas

"Mantém aquelas visões e figuras procedentes da fabulação popular amazônica, alteradas por prodigiosa imaginação. É o intérprete de uma mitologia diluída na tradição oral de uma região imensa que somente ele fixou e refletiu. Certamente acrescenta imaginária subjetiva, tomada dos conflitos de sua alma rude (...). Outro aspecto relevante (...) é a qualidade plástica como composição bem ordenada e construída, valorizando os elementos decorativos da arte folclórica. O grafismo, a trama do desenho, a policromia e o enriquecimento detalhista são características marcantes ".
Clarival Valadares
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Apresentação de Antônio Houaiss. Textos de Mário Barata et al. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

"O grande Chico da Silva foi aquele que, soltando magicamente a sua vivência amazônica, pôs na pintura um mundo povoado de narrativas arquetípicas, oriundas da tradição oral e de suas antenas instintivas para o inconsciente coletivo. Nesse mundo, o predomínio coube a uma fauna agressiva e fantástica, com pássaros, dragões, peixes, aranhas e outros animais menos reconhecíveis se entredevorando, quase sempre em meio a um mar primevo. Tensão de mandala e alegria decorativa ali sabiam ajustar-se às mil maravilhas".
Roberto Pontual
PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987.

"(...) Partindo do arcaísmo mais puro, o pintor da praia tornava-se clássico, barroco, impressionista, e enfim moderno e até mesmo surrealista, se posso usar tais nomenclaturas a propósito de uma arte tão espontânea e que sempre permaneceu essencialmente primitiva, apesar das oscilações (...)".
Jean Pierre Chabloz
CHICO da Silva: do delírio ao dilúvio = from delirium to diluvium. trad. Tradução de Lincoln Machado e Michael R. Eastmam. Texto de Roberto Galvão. Fortaleza: Espaço Cultural do Palácio da Abolição, 1990.

Exposições Individuais

1950 - Lausanne (Suíça) - Individual, na Galeria Pour L'Art
1961 - Fortaleza CE - Individual, na Sede dos Diários Associados
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Selearte
1965 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1966 - Veneza (Itália) - Individual - menção nonrosa
1966 - Moscou (URSS - atual Rússia) - Individual
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, nas Galerias Gemini e Dezon
1967 - São Paulo SP - Individual, na A Galeria

Exposições Coletivas

1943 - Fortaleza CE - Salão de Abril
1944 - Fortaleza CE - 3ª Salão Cearense de Pintura
1945 - Rio de Janeiro RJ - Mostra com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, na Galeria Askanasy
1949 - Genebra (Suíça) - Salão Beauregard
1956 - Neuchâtel (Suíça) - Exposição Brasileira de Arte Folclórica e Popular, no Museu Etnográfico
1965 - Paris (França) - Oito Pintores Ingênuos Brasileiros, na Galeria Jaques Massol
1966 - Europa - Artistas Primitivos Brasileiros - itinerante
1966 - Paris (França) - Brasil Incomum, na Maison Janson
1966 - Madri (Espanha) - Primitivos Brasileiros, no Instituto de Cultura Hispânica
1966 - Veneza (Itália) - 33ª Bienal de Veneza
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal 
1970 - Fortaleza CE - 20º Salão de Abril
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 Anos Depois, na Galeria Collectio
1977 - Fortaleza CE - 27º Salão de Abril
1978 - Fortaleza CE - 28º Salão de Abril - sala especial
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal 
1984 - Fortaleza CE - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas - sala especial

Exposições Póstumas

1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naïfs, no Paço Imperial 
1989 - Fortaleza CE - Retrospectiva Chico da Silva: Do Delírio ao Dilúvio, no Espaço Cultural do Palácio da Abolição
1996 - Osasco SP - Expo FIEO: doação Luiz Ernesto Kawall, no Centro Universitário Fieo
2001 - São Paulo SP - Biografias Instantâneas, na Casa das Rosas 
2002 - São Paulo SP - Santa Ingenuidade, na Unifieo 
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc

Fonte: Itaú Cultural