Cícero Dias

Cícero Dias - Série Pernambucanas

Série Pernambucanas

litogravura
96 x 64 cm
assinatura inf. esq.
Cícero Dias - Série Pernambucanas

Série Pernambucanas

litogravura
93 x 60 cm
assinatura inf. esq.
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Menu

aquarela sobre papel
1933
18 x 16 cm
assinatura inf. dir.
Cícero Dias - Sem Título

Sem Título

litogravura
97 x 64 cm
assinatura inf. dir.
Da Série: "Suite Pernambucana Impressor Pierre Baday (Paris)".
Exemplar nº: 18/75.
Obra sem moldura
Cícero Dias - Sem Título

Sem Título

litogravura
64 x 97 cm
assinatura inf. esq.
Da Série: "Suite Pernambucana Impressor Pierre Baday (Paris)".
Exemplar nº 32/75.
Obra sem moldura.
Cícero Dias - Sem Título

Sem Título

litogravura
97 x 64 cm
assinatura inf. dir.
Da Série: "Suite Pernambucana Impressor Pierre Baday (Paris)".
Exemplar E.A.
Cícero Dias - Sem Título

Sem Título

litogravura sobre papel
96 x 62 cm
assinatura inf. dir.
Exemplar nº 4/75.
Cícero Dias - Sem Título

Sem Título

nanquim e aquarela sobre papel
1933
40 x 30 cm
assinatura inf. dir.
Reproduzido no livro "No Tempo Dos Modernistas - D. Olivia Penteado a Senhora das Artes", 2002, na pág. 171.

Cícero Dias (Escada PE 1907 / Paris França 2003)

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor.

Cícero dos Santos Dias iniciou seus estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia. Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti, viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cícero Dias no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA. Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.

O problema

Estamos em fins de 1928. Um jovem aparentando vinte anos entra timidamente no gabinete de Graça Aranha, 60 anos, escritor já consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.

É o encontro de dois extremos. Um, já conseguira da vida tudo o que ambicionava. O outro, mal começando sua carreira, encontrava pelo caminho todos os embaraços e dificuldades.

O jovem explica a Graça Aranha seu problema. Revoltara-se com o reacionarismo da Escola Nacional de Belas Artes, que mantinha seus alunos presos em uma camisa de força, impedindo-os de experimentar outros caminhos que não os da arte tradicional.

Rompera, pois, com a escola, da qual demitiu-se. De temperamento agitado e com um mundo de idéias girando sobre sua cabeça, tinha reunido uma série de trabalhos em aquarela e óleo, os quais pretendia expor, mas encontrava todas as portas fechadas, num país ainda refratário à arte moderna.

O amigo certo

O jovem a que nos referimos era Cícero Dias, e não foi por acaso que, entre tantas outras pessoas de prestígio no Rio de Janeiro, ele escolhera justamente Graça Aranha (1868-1931) como seu patrocinador.

Em 1922, o escritor aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via.

Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências.

Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha.

A primeira vez, foi num hospício

E eis como as coisas se passaram. Graça Aranha deu ao jovem uma carta de apresentação ao oftalmologista dr. Moura Brasil (1846-1928), que tinha um espaço livre, pertencente à Policlínica, bem em frente à Galeria Cruzeiro.

Mas Moura Brasil não foi encontrado e uma nova carta foi feita, desta vez endereçada ao Dr. Juliano Moreira, que ficou encantado com o desenho que lhe foi mostrado e, então, ofereceu uma solução um pouco fora dos padrões convencionais.

Explicou que, estava sendo realizado um congresso internacional nas dependências do hospício e, se o jovem estivesse com todo material pronto, ele daria autorização para expor naquele local.

Foi assim que, de maneira inesperada, a primeira individual modernista de Cícero Dias deu-se dentro de um hospício, e as reações que se seguiram foram o que se pode chamar de «coisa de louco».

Como acontecera com Graça na Academia, assim estava ocorrendo com Cícero, no hospital. Tradicionalistas revoltados protestavam contra a exposição, enquanto médicos europeus que participavam do Congresso o elogiavam e estimulavam a prosseguir.

De tudo, foi possível apurar um saldo positivo. Primeiro, o escândalo trouxe divulgação e chamou atenção para a obra de Cícero Dias, ainda incipiente. Segundo, como nem todo mundo era contra, até que ele conseguiu vender alguns quadros.

O povo não estranha

Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.

Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo.

Seu grande interesse era experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima.

Em 1929, voltou à sua terra, fazendo uma exposição em Recife, onde causou o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.

Para comprovar essa sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade.

O povo não estranha, concluiu ele, quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.

Livre como um grafiteiro

Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros.

As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas (...) através de uma linguagem como a dos primitivos, ou a das crianças».

Com o início da 2ª República (1930-1945), o arquiteto Lúcio Costa (1902-1999) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois.

Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.

Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Preparou uma tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas.

Não é preciso dizer que o escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.

Um cidadão do mundo

Havendo experimentado, em 1930, o «gostinho de Paris», quando lá esteve aproveitando uma bolsa de estudos, seus planos eram de mudar-se definitivamente para a Europa.

Em 1937 essa ideia foi reavivada, quando a situação brasileira se deteriorou com a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. Protestando contra essa violência, viajou a Paris e, pouco depois, conseguiu empregar-se nos escritórios diplomáticos do Itamarati.

Foi uma oportunidade de matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo em que resolvia seus problemas financeiros, encontrava também maior facilidade para estabelecer contato com os modernistas, tomando conhecimento daquilo que melhor se fazia de novo pela Europa, na vanguarda da arte.

Não durou muito. Em 1940, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, tornou-se prisioneiro e, assim que conseguiu sua libertação, tratou de viajar para Portugal, onde ficou até o fim do conflito.

Voltando à França, em 1945, participou do Groupe Espace, que acabava de ser fundado por um grupo de pintores adeptos do abstracionismo, com o apoio da Galeria Denise René.

Desde então, fixou residência na França, com frequentes viagens ao Brasil e a Portugal, sem contar contatos com outros países onde seus quadros eram levados para participar de exposições.

Um artista amadurecido

Se a viagem de 1930 lhe proporcionou um primeiro contato com a arte europeia, sua segunda estada, a partir de 1937, deu-lhe tempo para a consolidação de tendências.

O pintor dos anos 40 ia, aos poucos, se desvinculando da imagem desleixada ou da pintura tida como infantil. Desde então, fixou-se cuidadosamente no apuro dos traços, da cor, deixando de ser o pintor caboclo, voltado para os temas regionais e para a pintura popular.

Surge, então a nova e mais importante de Cícero Dias, que o consagrou internacionalmente. Foi convidado a participar de exposições em centros importantes de arte, como na Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Bélgica e outros.

Não deixou de registrar sua presença, também, em todos eventos importantes na França, em Portugal, e no Brasil, aqui, particularmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.

Os tempos passaram, as ideias foram se amoldando à evolução artística e sua pintura passou a ser recebida com entusiasmo nos mesmos centros que, outrora, o espezinharam.

É o preço a ser pago pelos precursores. Alguns morreram antes de ver a mudança. Outros, como Cícero Dias, tiveram a felicidade de viver por longos anos, o suficiente para colher os frutos de seu trabalho pioneiro.

Críticas

"A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca. Vem daí que Cícero Dias, antes de pertencer à Escola de Paris e, apesar do aspecto 'não figurativo' da sua arte, é um pintor estritamente brasileiro. Não necessitou ele do 'assunto', do pitoresco anedótico, para criar uma arte autóctone; bastou-lhe a emoção pura que transcende das nossas qualidades brasileiras e o emprego sistemático de certos ritmos formais e a escolha de determinadas relações cromáticas. Prova, desta maneira, que, assim como o estilo, o caráter autóctone de uma obra de arte independente do 'motivo'.

A pintura de Cícero Dias se acha em íntima relação com a nossa natureza interior, enquanto que a natureza exterior é vista pelo artista com os olhos do espírito. Esta arte se conserva ligada à terra, ao mundo das aparências, pela sua vitalidade gerada pelo dinamismo das cores e das formas. Ora são os verdes - evocação do reino vegetal - que se destacam da harmonia e vivificam toda a tela, são verdes diferentes, tropicais, que muito tem a ver com a cor das palmeiras e dos canaviais; ora dominam os azuis puros que se acham em concordância com o azul do céu; ora os vermelhos explosivos e quentes evocam a exuberância colorida das cores tropicais, a violência dos nossos sentimentos e o calor de nossa atmosfera. Por vezes distinguimos, entre o emaranhado das formas abstratas, a massa de uma floresta tropical ou, numa visão aérea, os contornos de uma paisagem brasileira (veja-se, por exemplo, a tela Les Villes Jumelles'). Aliás, quase todas as telas de Cícero Dias sugerem a paisagem, são, poderíamos assim dizer, 'paisagens abstratas' ".
Flávio de Aquino
DIAS, Cícero. Exposição Cícero Dias. Rio de Janeiro: MAM, 1952.

"A abstração lírica teve em Cícero Dias um representante pioneiro entre os pintores brasileiros. Residente na França desde 1937, mas com um período vivido em Lisboa durante a guerra, sua atividade distribuiu-se entre as tarefas de um diplomata informal e a disciplina da pintura, esta conduzida para um abstracionismo espontâneo e sensual que o tornou presença bastante conhecida no geometrismo parisiense. Naquele tempo, as formas de contornos divagantes tendendo à circularidade que preenchem seu espaço não excluem o rigor da ordenação. Eram conduzidas pela sensibilidade diante de uma razão obediente. Amalgamava-se à expressão um código cromático evocativo da natureza nordestina. Esta fase, significativa na obra do artista parisiense-pernambucano que perdurou por aproximadamente dez anos, cedeu lugar na segunda metade dos anos 50 a uma dualidade (certamente menos acordada às suas próprias características) que procurava aproximar as inquietudes do expressionismo abstrato - então fluindo copiosamente - à forma geométrica fechada do momento anterior, refeitas ainda as cores. Mais tarde, noutra reviravolta, ele retomaria o caminho da figura, por onde, aliás, começara, mas sem a mesma convicção".
Walter Zanini
ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. 

"Pode-se afirmar sem vacilação que aos 20 anos, Cícero Dias já dominava inteiramente o seu ofício de pintor, no sentido acadêmico da palavra. A partir  de então, o artista, levado por um espírito de inovação, busca seu próprio caminho, através do emaranhado de correntes e tendências da arte européia do século XX. Nessa procura se manifesta um dos traços marcantes de Cícero: sua especialidade de assimilação e de apropriação das mais variadas correntes artísticas. Numa posição avançada, sua obra se equipara com a de seus contemporâneos europeus. Exercita a arte fantástica. Preocupa-se em conseguir uma semelhança com a realidade e para isso recorre a uma infinidade de saídas. Às vezes ele trata seus assuntos com tal precisão de detalhes, que uma fotografia ficaria parecendo aproximativa. Em outro momento exagera os contrastes de luz e sombras para conseguir efeitos dramáticos e impressionantes. Freqüentemente altera a aparência real do objeto, principalmente do corpo humano, tentando arrancar o espectador  de seus hábitos convencionais de percepção, induzindo-o para uma consciência mais intensiva do mundo visual. Isso se nota sobretudo no tratamento dado ao tema tradicional que é o nu feminino. (...) A partir de 1934 ele volta à Recife. Seus trabalhos mostram que a excessiva excitabilidade dos primeiros tempos está disciplinada e controlada. Nessa época, os temas de paisagem rural se alternam à paisagem urbana de Recife e Olinda, numa produção torrencial e variada. O que impressiona Cícero Dias não é a paisagem mas os elementos humanos. Em sua aparente ingenuidade, apresenta uma aguda observação da realidade rural nordestina, bem como a fidelidade de memória própria dos primitivos".
Janira Fainer Bastos
BASTOS, Janira Fainer. Cícero Dias: eu vi o mundo... ele começava no Recife. São Paulo, ECA/USP, [1985]. Dissertação (mestrado).

"Diversamente de Ismael Nery, cuja absorção do surrealismo, no mesmo final da década de 20, se processou por encontro europeu direto, a presença de elementos surreais na primeira fase da obra do pernambucano Cícero Dias obedece a motivação distinta, embora não desligada daquela fonte internacional então em plena emergência e desdobramento. O fato é que, impelida pelo regionalismo nordestino do movimento que Gilberto Freyre estivera capitaneando em 1926, ela correspondia tanto à vontade de integrar-se às fileiras atualizadoras do modernismo brasileiro quanto à necessidade de fazê-lo pelo exemplo de um elo inextricável com a região de origem do artista. O liame com o Nordeste de nascença lhe foi, portanto, fundamental na hora de fazer decolar a sua obra. Armado do adulto lirismo de retorno à infância, dessa nostalgia que dali brota vivaz, pois o tempo na província avança mais lento do que na metrópole, é Recife que sobe à superfície de suas aquarelas da passagem dos anos 20 para a década seguinte. Quando volta a Paris, depois dos anos de guerra passados em Lisboa, é ao abstracionismo que ele se liga. (...) A tropicalidade, de toda maneira, voltou a colocar a pintura de Cícero Dias, a partir dos anos 60, nos primeiros limites figurativos, agora marcados por um esquema de cores mais denso (...)".
Roberto Pontual
PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987.  

"Os elementos pictoriais exigiriam de Cícero atenção exclusiva. Desconfia do primado da regionalidade, ou melhor compreende sua plenitude mas a partir de meios puramente plásticos. (...) Cícero se aproxima da abstração de modo etimológico, como extração do mundo. Vê as coisas tentando depurá-las, estabelecer a ordem na contingência, no ocaso. Opõe estruturas necessárias à gratuidade anterior. O encontro com Picasso o remete à disciplina cubista da Escola de Paris. As linhas sinuosas passeiam num fundo quase egípcio, quase encostadas na planeidade impiedosa da tela".
Nelson Aguilar
AGUILAR, Nelson. Cícero Dias: poeta em Paris. Galeria Revista de Arte, São Paulo, 1988. nº 9.

Depoimentos

Estado - Desde quando estreou com a exposição de 1928, os críticos sugerem comparações suas com o russo Chagall, por exemplo, e o situam em diferentes escolas - figurativa, abstracionista, surrealista. Poderia identificar-se de uma vez por todas?

Cícero Dias - Não gosto das etiquetas. O que me identifica com Chagall são as origens comuns de nossa arte na pintura popular, nas manifestações folclóricas, culturais de nossas terras respectivas. É por isso que falam que meus quadros lembram os de Chagall e vice-versa. Acontece, porém, que, quando comecei a pintar de verdade, a partir dos anos 20, não havia no Brasil reproduções de Chagall e de outros pintores de vanguarda. O que houve, pois, foi uma coincidência entre mim e Chagall.

Estado - Para a sua estética, a Escola de Belas Artes foi importante?

Dias - A Escola valeu do ponto de vista da técnica, se bem que os professores fossem muito conservadores. Nunca liguei para as discussões deles sobre o tema da ruptura entre arte moderna e arte antiga. Não creio em ruptura e sim em continuidade. Agora, em matéria de pesquisas de tintas e de cores, eu estava mais avançado do que a Escola, já as estudava e as misturava desde o engenho.

Estado - Sua criatividade em pintura se nutriu de quê?

Dias - No início, na escola do engenho com minha tia, eu desenhava e pintava motivos inocentes - árvores, bichos, casas, não penetrava na essência da coisa. Mas, um dia, da porta da escola, percebi a força do canavial, a riqueza e a variedade de seu verde. Depois, descobri as outras cores do velho bangüê, alcancei a musicalidade contida no balanço da rede e na madeira andante do carro de boi.
(...)
Estado - O que o levou, em Paris, a mudar de estilo?

Dias - Ao chegar em Paris nos anos 30, o surrealismo dominava na poesia, influenciava as demais expressões artísticas. Tomei um choque com aquilo. Depois, na evolução das "escolas", a arte abstrata despontou, cresceu no pós-guerra e eu acompanhei o fenômeno de perto. Por várias vezes, vi Picasso e Fernand Léger falando da arte abstrata. Ora, vendo a empolgação de tantos artistas com uma bagagem de pintura acumulada desde o início do século, entrei na coisa quando o instinto me fez o convite.
(...)
Estado - Em Lisboa, você começou, de fato, a pintar os abstratos, casou-se com Raymonde e voltou para Paris em 1945 quando a França reencontrou a liberdade...

Dias - Foi "a passagem da linha", segundo a expressão do crítico Pierre Descargues em todos os sentidos... Fiquei, na verdade, tocado com o apelo para a volta que Picasso me fez na dedicatória do exemplar que me enviou de sua peça de teatro O Prazer Agarrado pela Cauda. Foi nesses termos: "Para Dias, cuja presença em Paris é necessária. "

Estado - Não se arrepende da "passagem da linha" na pintura?

Dias - Não há arrependimento e, por isso, não sinto o menor desejo da repetição figurativa. A abstração geométrica atende a meu lado espiritual, é preciso lembrar a relação que Santo Agostinho já fazia entre a arte e o número. Tenho orgulho de dizer que meus primeiros murais abstratos, eu os realizei em Recife em 1948, sentindo-me perfeitamente sintonizado com as origens de minha pintura. É um mistério essa coisa da criação.

Estado - O que gostaria que a memória coletiva guardasse de sua obra?

Dias - O aroma do melaço de cana do engenho foi a recordação de criança que Joaquim Nabuco deixou gravada na sua portentosa literatura. Eu ficaria feliz se as pessoas, diante de meus quadros com cenas ou fragmentos de pomares, tivessem a memória do olfato ativada com a vista, para sentir o perfume das frutas que pintei".
Cícero Dias
DIAS, Cícero. Pintura de Cícero Dias alimenta-se de música e poesia. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 24/04/99. Caderno 2. (entrevista a Napoleão Sabóia) (acesso em 24/07/2001).

Exposições Individuais

1928 - Escada PE - Individual
1928 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Salão da Politécnica
1928 - São Paulo SP - Cícero Dias: aquarelas, na casa de Dona Olívia Guedes Penteado
1929 - Escada PE - Individual
1938 - Paris (França) - Peintures de Cícero Dias, na Galerie Jeanne Castel
1943 - Lisboa (Portugal) - Individual, no Salão Silva Porto
1943 - Porto (Portugal) - Individual, no Teatro Coliseu
1948 - Recife PE - Individual, na Faculdade de Direito do Recife
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Enba
1949 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas abstratas, no MAM/SP
1951 - Paris (França) - Individual, no Cahiers d'Art
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas, desenhos e cerâmicas, no MAM/SP
1959 - Recife PE - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1959 - Salvador BA - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1966 - Ixelles (Bélgica) - Cícero Dias, no Musée d'Ixelles
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na sede da revista Manchete
1967 - São Paulo SP - Individual, no São Paulo Club
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1972 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria S. Mamede
1974 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Museu Lasar Segall
1976 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1978 - Le Havre (França) - Individual, no Musée de Beaux-Arts André Malraux
1982 - São Paulo SP - O Sol e o Sonho, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Retrospectiva, na Galerie Denise Renée
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Gesto Gráfico Galeria
1988 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria
1988 - Paris (França) - Cícero Dias: pinturas geométricas, na Galerie Denise Renée
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Bolsa de Arte
1988 - Recife PE - Individual, no Artespaço Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: síntese da obra - 60 anos de pintura, no Rio Design Center
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galeria
1988 - Salvador BA - Individual, no Prova do Artista Escritório de Arte
1988 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Geleria
1991 - Curitiba PR - Individual, na Simões de Assis Galeria de Arte
1993 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: os anos 20, no Copacabana Palace Hotel
1994 - Paris (França) - Imagens au Centre du Songe: aquarelas e desenhos dos anos 20, na Galeria Marwan Hoss
1995 - Fortaleza CE - Cícero Dias: pinturas e desenhos, na Multiarte
1996 - Paris (França) - Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, na Unesco
1999 - São Paulo SP - Cícero Dias: gravuras, na Casa da Fazenda
2002 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - Homenagem a Cícero Dias, no MuBE

Exposições Coletivas

1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1937 - Nova York (Estados Unidos) - 1ª Exposição de Arte Moderna Brasileira, no Nicholas Roerich Museum
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1944 - Lisboa (Portugal) - 8ª Exposição de Arte Moderna
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Lisboa (Portugal) - 9ª Exposição de Arte Moderna
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Denise Renée
1946 - Paris (França) - Unesco: Exposition Internationale d'Art Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1947 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria René Drouin
1947 - Paris (França) - Peintures Abstraites, na Galerie Denise Renée
1948 - Avignon (França) - Arte Mural, no Palácio dos Papas
1948 - Recife PE - 4º Salão de Arte Moderna
1949 - Buenos Aires (Argentina) - Del Arte Figurativo al Arte Abstrato, no Instituto de Arte Moderno
1949 - Lion (França) - As Grandes Correntes da Pintura Contemporânea, no Museu de Lion
1949 - São Paulo SP - Do Figurativismo ao Abstracionismo, no MAM/SP
1950 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - Europa - 20 Artistes de l'École de Paris com o Grupo Klar Form
1951 - Paris (França) - O Prato Pintado, na Galerie Christofle
1951 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1953 - Roma (Itália) - Arte Astratta Italiana e Francesa, na Galleria Nazionale d'Arte Moderna
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Artistas de Vanguarda da Escola de Paris, no MAM/SP
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Paris (França) - 15º Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Washington (Estados Unidos) - Art in Latin America Today: Brasil
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1978 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Décadas da Pintura Brasileira, no Jockey Club
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mario Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Paris (França) - Paul Eluard e seus Amigos Pintores, no Centro Georges Pompidou
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa - Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André (SP)
1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian
1984 - Paris (França) - Electra: a eletricidade e a eletrônica na arte do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1985 - Paris (França) - Uma Arte Outra, Uma Outra Arte: os anos 50, na Galeria Artcurial
1985 - Rio de Janeiro RJ - Rio: vertente surrealista, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1986 - Paris (França) - Los Americanos: peitres et sculpteurs d'Amerique Latine, na Galerie Centre d'Art Plastique Contemporaine
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do secúlo XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro, Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Abstração Geométrica, na Funarte. Centro de Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - Londres (Inglaterra) - Coletiva, na Redferm Gallery
1989 - Milão (Itália) - Denise Renée Presente, na Galeria del Naviglio
1989 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Compiegne (França) - Abstração Geométrica, no Centro Cultural de Compiegne
1990 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1990 - Paris (França) - Pequenos Tamanhos, na Galeria Denise Renée
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - Madri (Espanha) - Arco/91
1991 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranhulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Maubeuge (França) - 1ª Triennale des Amériques
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Poços de Caldas SP - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Memória da Liberdade, na Pinacoteca do Estado
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Belém PA - Arte Pará: fronteiras, no Museu do Estado do Pará
1997 - Curitiba PR - Casa Cor Sul, na Simões de Assis Galeria de Arte
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - 5º Salão de Arte e Antiguidades, no Clube Paineiras do Morumbi
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Anos Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles (Valência, Espanha)
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Acervo da Arte Carioca, na Galeria de Arte Ipanema
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 8º Salão de Arte e Antiguidades, na A Hebraica
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos: prêmio ABCA 2000/2001, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ

Exposições Póstumas

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - Memória Viva: a gravura de Cícero Dias, na Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I 
2004 - São Paulo SP - Cícero Dias: décadas de 20 e 30, no MAB/Faap

Fonte: Itaú Cultural e textos de Paulo Victorino